Os alunos mineiros brilharam pela décima vez consecutiva na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Eles conquistaram 1.585 medalhas, sendo 125 de ouro, 384 de prata e 1.076 de bronze. Os estudantes paulistas aparecem em segundo lugar, com 1.222 medalhas, conforme resultado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organizador da competição.
O resultado foi muito comemorado na pequena Dores do Turvo, cidade de 4,6 mil habitantes, na Zona da Mata, que nas últimas cinco edições consecutivas fez medalhistas de ouro. Nesta edição, foram quatro novas medalhas douradas. A iniciativa de participar da competição é do professor Geraldo Amintas de Castro Moreira, há 37 anos lecionando matemática na Escola Estadual Terezinha Pereira, a única do município.
“Em 2005, ficamos sabendo da olimpíada e, com um grupo pequeno, fomos competir e recebemos 'menção honrosa'. A primeira medalha de ouro veio em 2007, depois mais uma em 2009. Mas, em pouco tempo, a ideia ganhou força entre os estudantes”, explica o professor.
Foi a partir de 2011 que a escola deu início à sequência de alunos medalhistas de ouro. E, a partir de 2012, um destaque especial: a estudante Dávila de Carvalho Meireles, que no ano anterior havia recebido o bronze, conseguiu ouro, e ainda foi considerada segunda colocada geral do país e primeira no estado.
Estudante conquista quarta medalha de ouro na disputa
Com 17 anos atualmente, no segundo ano do ensino médio, moradora de um distrito da cidade, Dávila conseguiu nesta edição da olimpíada sua quarta medalha de ouro, ao lado dos colegas José Gabriel, de 12, Luís Guilherme, de 15, e Giovanna Grossi, de 12.
“Não se trata apenas de medalhas, pois, quando os alunos encerrarem o ensino médio, se desistem de seguir os estudos numa universidade, elas serão apenas metal. O importante, é a autoestima positiva desses meninos que, apesar de estudantes de uma escola de uma cidade pequena, pensam grande, sabem que têm capacidade para conquistar seus sonhos”, assinalou Geraldo Amintas.
Atualmente, a escola conta com quatro professores de matemática, tendo Moreira como coordenador. Ele admite que o sucesso dos estudantes passa pelos mestres, mas revela também um segredo para faturar tantas medalhas: “Depois de algumas participações, observamos que as provas da Obmep têm por base a lógica e o raciocínio matemático. Então, o caminho não é decorar regras e fórmulas, mas incentivar o aluno a pensar, o que desmistifica o aprendizado da matemática”, revelou.
Mineiros levam quase um quarto de todas as medalhas
Em todo o país, 913.546 alunos fizeram as provas da segunda etapa da Obmep. Destes, 109.216 eram mineiros. A 12ª edição da competição premiou 6.502 alunos – 501 medalhas de ouro, 1.500 de prata e 4.501 de bronze -, e ainda concedeu 42.482 menções honrosas.
Os medalhistas terão a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC-Obmep), que será realizado em 2017. O aluno com participação regular no PIC tem direito a uma bolsa de Iniciação Científica Jr.
A Obmep foi iniciada em 2005, pelo IMPA, com o objetivo de revelar e estimular talentos, além de incentivar o estudo da matemática. Participam alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio de escolas públicas (municipais, estaduais e federais) de todo o país.
RB
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