O Ministério Público Federal (MPF/CE) afirmou, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira, que houve vazamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano no primeiro e segundo dia das avaliações. O inquérito da Polícia Federal (PF) apontou que ao menos dois candidatos tiveram acesso às questões antes da aplicação das provas. Um deles foi preso em Minas Gerais e outro no Maranhão. As investigações apontaram que houve crime de estelionato qualificado.
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Enem corre o risco de ter provas anuladas a pedido de procurador do CearáDespacho judicial enviado por Whatsapp autoriza detento a fazer o Enem em MGFrustração com Enem fatiadoMPF e MPMG vão à Justiça para impedir adiamento do Enem em escolas ocupadasProvas do Você Universitário serão realizadas no sábadoEvidências de vazamento de prova colocam Enem novamente na corda bambaFraude em Minas não teve acesso a respostas oficiais do Enem, diz PF“Os candidatos tiveram acesso à 'frase-código' da prova rosa. A informação permitiu que candidatos que deveriam fazer provas diferentes da rosa pudessem preencher o cartão de respostas de acordo com o gabarito transmitido pela quadrilha - não importando a cor da prova que o candidato tenha recebido no exame, já que a frase-código é o que legitima a correção conforme a cor referente à frase”, afirmou a PF no relatório.
Os candidatos flagrados com as informações das provas, de acordo com o relatório, receberam fotografias com gabaritos, porém de pessoas diferentes. Para a PF, ficou claro que a origem do vazamento é a mesma.
O em.com.br procurou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que não se posicionou até a publicação deste texto.
Anulação do Enem
O procurador da República Oscar Costa Filho, do MPF do Ceará, entrou com uma ação em novembro pedindo a nulidade da prova, depois que investigações da Polícia Federal (PF) descobriram indícios de que uma quadrilha de Montes Claros, no Norte de Minas, responsável pelo esquema de venda das informações, conseguiu o gabarito antecipado da avaliação, aplicada para cerca de 8 milhões de estudantes no início do mês.
A Operação Embuste, deflagrada no segundo dia de provas, prendeu em Montes Claros quatro integrantes de uma quadrilha especializada em fraudar processo seletivo para ingresso no ensino superior. A operação foi feita em conjunto com o Ministério Público e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O golpe contava com escutas tão pequenas que eram incapazes de serem vistos ou percebidos por detectores de metais. A quadrilha cobrava até R$ 180 mil por uma vaga na faculdade.
A quadrilha do Norte do estado conseguiu, com antecedência, as respostas das perguntas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza da prova azul, aplicada no sábado, 6 de novembro. O gabarito chegou às mãos de um informante apenas seis minutos após o fechamento dos portões.
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