Um estado que ainda carece de investimentos em urbanização e de grande informalidade. Esse é o retrato de Minas Gerais pelos dados da Síntese de Indicadores Sociais divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015 e de outros levantamentos. A taxa de urbanização do estado era de 84%, sendo inferior à do Sudeste brasileiro, de 93,1%, e abaixo da média nacional, de 84,7%. “Diferente de lugares menores e de intensa concentração urbana, como o Rio de Janeiro e São Paulo, Minas Gerais é mais extenso e tem grandes áreas rurais”, destaca a analista do IBGE Luciene Longo.
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Esperança de vida no Brasil vai a 75,5 anos; Minas fica em sexto lugarPesquisa do IBGE revela os novos retratos da família mineiraHomem leva tiro de raspão na porta de casa no Bairro Santa MônicaEm relação aos três serviços básicos de saneamento, que são o abastecimento de água por rede geral, o esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial e a coleta de lixo, a cobertura de municípios mineiros chega a 77,6% dos domicílios, um número que supera a média nacional, de 63%. Contudo, a situação é extrema nas áreas rurais mineiras, onde apenas 10% dispunham de água encanada, esgoto e coleta de lixo ao mesmo tempo. Minas Gerais tem ainda o pior índice do sudeste quanto a crianças de 0 a 14 anos sem nenhum dos três serviços básicos de saneamento, com 8,7% desse total, contra a média de 3,1% da região.
A pesquisa também trouxe um retrato mais atual do mineiro e de sua família – uma vez que 91,8% da população do estado nasceu em Minas - em relação aos brasileiros. A taxa de fecundidade total das mulheres em Minas Gerais se mostrou menor que no Brasil, com as mineiras gerando em média 1,59 filho, ao passo que no Brasil a média era de 1,72 filho.
Quanto aos casais, 55% das pessoas de 15 anos ou mais de idade viviam em união formal ou informal em MG, sendo que no Brasil esse percentual era de 56,3%. Mas, quando se analisa as pessoas unidas, o percentual de casados na igreja ou no cartório é o maior do Brasil, com 85,7% das pessoas, restando apenas 14,3% em uniões consensuais. “Isso mostra que o mineiro quando se une quer oficializar essa união e se casar. É uma característica muito marcate da população do estado”, disse a analista do IBGE.
No que diz respeito à educação, a taxa de frequência bruta a estabelecimento de ensino – pessoas de qualquer idade que frequentam aulas - da população brasileira era de 26,8%, mas não passa de 25,2% para os residentes em Minas Gerais. Essa taxa era maior entre a população de 6 a 10 anos, onde a cobertura mineira (99,2%) é melhor que a nacional (98,9%).
A violência também é destaque negativo. No Brasil, entre as pessoas de 18 anos ou mais de idade, 3,1% relataram que sofreram alguma violência ou agressão cometida por bandido, ladrão ou assaltante, índice superado em Minas Gerais, chegando a 3,7%. No caso de agressores conhecidos, como parentes, vizinhos ou amigos, o Brasil apresenta 2,4% de ocorrência e Minas Gerais 3,6%, o maior percentual do Sudeste brasileiro..