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Estado de Minas INDICADORES SOCIAIS

Pesquisa mostra MG informal, violento, sem urbanização e saneamento

Síntese de Indicadores Sociais divulgada hoje pelo IBGE traça um retrato do Brasil e mostra que Minas Gerais ainda carece de infraestrutura, emprego e segurança


postado em 02/12/2016 11:27 / atualizado em 02/12/2016 13:48

Ruas de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, carecem de urbanização, saneamento e coleta de lixo(foto: Euler Junior/EM)
Ruas de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, carecem de urbanização, saneamento e coleta de lixo (foto: Euler Junior/EM)
Um estado que ainda carece de investimentos em urbanização e de grande informalidade. Esse é o retrato de Minas Gerais pelos dados da Síntese de Indicadores Sociais divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015 e de outros levantamentos. A taxa de urbanização do estado era de 84%, sendo inferior à do Sudeste brasileiro, de 93,1%, e abaixo da média nacional, de 84,7%. “Diferente de lugares menores e de intensa concentração urbana, como o Rio de Janeiro e São Paulo, Minas Gerais é mais extenso e tem grandes áreas rurais”, destaca a analista do IBGE Luciene Longo.

A informalidade no mercado de trabalho atinge 41,1% dos mineiros 16 anos ou mais que estavam ocupados, um índice superior a todos os demais estados do Sudeste, sendo que no Espírito Santo esse total era de 38,2%, no Rio de Janeiro chega a 32,9% e em São Paulo não passa de 27,6%. A informalidade mineira, no entanto, ainda fica um pouco abaixo da média brasileira, que é de 41,9%.

Em relação aos três serviços básicos de saneamento, que são o abastecimento de água por rede geral, o esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial e a coleta de lixo, a cobertura de municípios mineiros chega a 77,6% dos domicílios, um número que supera a média nacional, de 63%. Contudo, a situação é extrema nas áreas rurais mineiras, onde apenas 10% dispunham de água encanada, esgoto e coleta de lixo ao mesmo tempo. Minas Gerais tem ainda o pior índice do sudeste quanto a crianças de 0 a 14 anos sem nenhum dos três serviços básicos de saneamento, com 8,7% desse total, contra a média de 3,1% da região.

A pesquisa também trouxe um retrato mais atual do mineiro e de sua família – uma vez que 91,8% da população do estado nasceu em Minas - em relação aos brasileiros. A taxa de fecundidade total das mulheres em Minas Gerais se mostrou menor que no Brasil, com as mineiras gerando em média 1,59 filho, ao passo que no Brasil a média era de 1,72 filho. A gravidez na adolescência (15 a 19 anos) também era menor no estado (47 filhos por mil mulheres) em comparação com a média brasileira (59,4). Em relação à mortalidade infantil, Minas Gerais apresentava uma taxa inferior à média nacional, com 11,4 óbitos por mil nascidos vivos contra 13,8. A esperança de vida ao nascer do mineiro chega a 77 anos, também superior à média do brasileiro, de 75,4 anos.

Quanto aos casais, 55% das pessoas de 15 anos ou mais de idade viviam em união formal ou informal em MG, sendo que no Brasil esse percentual era de 56,3%. Mas, quando se analisa as pessoas unidas, o percentual de casados na igreja ou no cartório é o maior do Brasil, com 85,7% das pessoas, restando apenas 14,3% em uniões consensuais. “Isso mostra que o mineiro quando se une quer oficializar essa união e se casar. É uma característica muito marcate da população do estado”, disse a analista do IBGE.

No que diz respeito à educação, a taxa de frequência bruta a estabelecimento de ensino – pessoas de qualquer idade que frequentam aulas - da população brasileira era de 26,8%, mas não passa de 25,2% para os residentes em Minas Gerais. Essa taxa era maior entre a população de 6 a 10 anos, onde a cobertura mineira (99,2%) é melhor que a nacional (98,9%). Já a taxa de frequência líquida – dentro da idade esperada para o ensino - dessa população, cuja faixa etária condiz com os anos iniciais do ensino fundamental, era de 91,4% no Brasil e 95,3% em MG.

A violência também é destaque negativo. No Brasil, entre as pessoas de 18 anos ou mais de idade, 3,1% relataram que sofreram alguma violência ou agressão cometida por bandido, ladrão ou assaltante, índice superado em Minas Gerais, chegando a 3,7%. No caso de agressores conhecidos, como parentes, vizinhos ou amigos, o Brasil apresenta 2,4% de ocorrência e Minas Gerais 3,6%, o maior percentual do Sudeste brasileiro.


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