Todos os meses, o Corpo de Bombeiros atende 17 ocorrências de crianças em alguma situação de emergência na Região Metropolitana de Belo Horizonte. São casos de afogamentos, paradas cardiorrespiratórias, fraturas, intoxicações, cortes pelo corpo e também de crianças engasgadas, além de outros tipos de casos. Foram 188 atendimentos de janeiro a novembro deste ano, sendo que cinco terminaram em mortes. Os óbitos de 2016 superam as mortes de todo o ano passado, quando 277 ocorrências (média mensal de 23) urgentes com crianças tiraram a vida de três meninos e meninas na Grande BH.
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Bombeiros ensinam como prestar primeiros socorros a crianças em emergênciasJornada Solidária do EM leva Natal de contos de fadas a crianças de BHProjeto leva crianças de Bento Rodrigues a expressar por desenhos seus sonhos e desejos Sobe para três o número de cidades mineiras em emergência devido a estragos com a chuvaMenino de 5 anos preso em manilha é resgatado pelos bombeiros em BHDois dos interessados foram o casal Laisa Cristina Ferreira, de 27 anos, e Yuri Brenner, de 27. Os dois têm uma filha de um ano e seis meses e passaram por maus bocados no ano passado, quando a criança se engasgou e deixou os pais aflitos. “Na hora nós ligamos para o Corpo de Bombeiros e o militar que atendeu nos orientou a fazer os procedimentos corretos.
O engenheiro diz que testar o conhecimento de primeiros socorros na prática é muito importante para saber o que fazer na hora do aperto. “Se na época nós já tivéssemos feito o curso, certamente teríamos mais tranquilidade para agir e poderíamos ter feito os procedimentos da melhor forma”, completa. Laisa acrescenta que eles vão espalhar as informações para os amigos e indicar os conhecidos nos próximos cursos. “Faltou só o vovô desta vez para aprender os primeiros socorros. Mas tudo isso é muito importante, fica muito mais fácil agir com essas aulas”, afirma.
TESTE EM BONECOS Os bombeiros disponibilizaram 100 vagas para o curso, que foram rapidamente preenchidas. Porém, nem todos os inscritos compareceram ao 1º Batalhão, no Bairro Funcionários, Centro-Sul de BH, onde ocorreram as aulas, na manhã de ontem. Os participantes foram divididos em quatro turmas e tiveram a oportunidade de testar em bonecos os conhecimentos repassados.
Depois disso, a corporação resolveu difundir a informação para mais pessoas e por isso abriu o curso ao público. Ontem, a primeira turma se dividiu em grupos com os seguintes temas: parada cardiorrespiratória e respiratória; obstrução de vias aéreas por corpos estranhos e afogamentos; queimaduras, intoxicações, cortes hemorrágicos e fraturas; e prevenção de acidentes em ambientes familiares, quedas e segurança dos locais, para que os atendentes não se tornem vítimas. “Se uma pessoa salvar uma vida, para nós já valeu a pena. Na Europa, a população já recebe esse conhecimento na escola e por isso os atendimentos públicos são bem mais baixos”, acrescenta o futuro tenente.
Ainda segundo o militar, a intenção do comandante da academia dos bombeiros é incluir esse curso na formação dos oficiais da corporação, abrindo mais turmas de 2017 para frente. Porém, antes disso, já existe uma nova oportunidade para quem quiser observar na prática o que deve ser feito em uma emergência com os pequenos. No próximo dia 18, os bombeiros vão realizar a segunda edição do curso, com mais 100 vagas.
Além de pais e mães que buscam a melhor forma de agir com os filhos, pessoas que trabalham ou pretendem trabalhar com crianças também se inscreveram na primeira edição. É o caso da estudante de negócios internacionais Joice Marques Carvalho, de 20 anos, que está de malas prontas para passar um ano morando nos Estados Unidos, em um intercâmbio. “Vou morar em casa de família com criança pequena e por isso achei importante participar. Na teoria tudo é muito vago. Se você observa como fazer, a chance de salvar uma vida em uma emergência é muito grande”, completa.
DICAS DE SEGURANÇA
O risco de acidentes domésticos aumenta nas férias. Confira o que é possível fazer para evitar problemas.
Tomadas elétricas devem ser tampadas e quinas de mesas e outros móveis protegidas
Nunca deixe medicamentos, produtos de limpeza e sacolas plásticas ao alcance das crianças, pelo risco de intoxicação e sufocamento/asfixia
Na cozinha, os cabos das panelas devem ser direcionados para dentro do fogão, e tenha cuidado com toalhas de mesa muito longas, pois a criança pode ter a curiosidade de puxá-las
As janelas devem ter travas, grades ou telas de proteção e nunca se deve colocar móveis próximos ou debaixo das janelas. No caso de grades, a distância entre elas não deve ultrapassar 6cm
Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e os guarde sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças
Conserve a tampa do vaso sanitário fechada e, se possível, lacre-o com algum dispositivo de segurança
Mantenha a porta do banheiro trancada
Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5m, impedindo, assim, que sejam escaladas
Bebês devem dormir de barriga para cima, cobertos até a altura do peito com lençol ou manta bem presa embaixo do colchão.
Ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Belo Horizonte
Grau da lesão 2015 2016*
Fatal 3 5
Graves ou inconscientes 20 15
Leves 136 75
Sem lesões aparentes 114 89
Não informado 4 4
Total 277 188
* Até 1º de dezembro
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