Jornal Estado de Minas

Vídeo mostra PMs disparando balas de borracha em confronto com manifestantes na UFMG

Um vídeo mostra um dos momentos do confronto entre a PM e manifestantes que transformou a Avenida Antônio Carlos em uma praça de guerra na noite de quarta-feira. De um lado, policiais militares do Batalhão de Choque disparando tiros de borracha e bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Do outro, um grupo de manifestante em mais um protesto contra a Proposta de Emenda Constitucional 55 (PEC 55), que estabelece limite de gastos públicos nos próximos 20 anos. As imagens mostram os policiais disparando tiros de balas de borracha contra o grupo.

Os manifestantes fecharam a pista sentido bairro/Centro por volta das 17h. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, os ativistas colocaram fogo em pneus e outros objetos. Cerca de 50 policiais militares foram para o local para conter manifestantes e liberar a via.

Por volta das 18h20, mais de 10 carros e dois microonibus da PM chegaram com militares de dois pelotões do Batalhão de Choque. O capitão Henrique, do Batalhão de Choque, conta que os manifestantes bloquearam a avenida com barricadas e fogo.
Os manifestantes estavam com os rostos cobertos.

O capitão conta que tentou negociação com os manifestantes por mais de 40 minutos para que liberassem a avenida, mas afirma que eles estavam irredutíveis. “Tivemos que usar gás lacrimogênio e eles arremessaram pedras nos militares”, disse o militar. Não houve prisões nem relato de feridos.

Os manifestantes ficaram posicionados dentro do câmpus da UFMG, junto ao portão principal. Eles somente se acalmaram com a chegada de um dos reitores e do diretor de segurança. Os estudantes disseram que a PM pediu a abertura da pista, mas que eles liberaram apenas uma faixa, e, mesmo assim, o trânsito continuou parado por causa dos carros da PM. “A gente se recusou a liberar mais de uma faixa e a PM partiu para cima da gente com bombas de efeito moral e atirando balas de borracha. Teve gente que levou tiro de borracha e estilhaços de bomba”, relatou um estudante que estava com o rosto coberto e não quis se identificar.

Exatamente às 21h, a PM avançou contra os manifestantes para liberar a entrada da universidade.
Houve mais disparos de bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio. Os estudantes reagiram jogando pedras. Nesse momento, o trânsito estava liberado na avenida e motoristas ficaram assustados com o barulho dos tiros e das pedras arremessadas. Há relatos de que alguns carros chegaram a ser atingidos pelas pedras. Os manifestantes correram para o interior da UFMG e os PMs continuaram por mais algum tempo na portaria, arremessando bombas e gás lacrimogênio. Depois, a PM foi embora..