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Estado de Minas

Buracos, deslizamentos e obras elevam risco de acidentes nas estradas que cortam Minas

Às vésperas das festas de fim de ano, o EM mapeia problemas em pelo menos 22 rodovias no estado


postado em 10/12/2016 06:00 / atualizado em 10/12/2016 07:44

Na MG-020, perto da entrada de Santa Luzia, uma sequência de erosões no asfalto é ameaça para quem transita diariamente pelo local(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press )
Na MG-020, perto da entrada de Santa Luzia, uma sequência de erosões no asfalto é ameaça para quem transita diariamente pelo local (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press )
Alerta ligado nas estradas mineiras. Estragos no asfalto provocados pelas chuvas e a previsão de novos temporais já são motivos de preocupação das autoridades de segurança no trânsito. A duas semanas das festas de fim de ano, levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados divulgados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER/MG) mostra que pelo menos 22 rodovias apresentam problemas. Destas, sete são federais e 15 estaduais. As ocorrências mais comuns são erosões, deslizamento de barranco e afundamento de pista, além de obras.   

Nas rodovias federais, uma das grandes preocupações é na BR-381, entre Belo Horizonte e o Espírito Santo. Apesar de não haver ocorrências de buracos e avarias na pista, vários trechos da via estão em obras. O mesmo ocorre na BR-135, entre Montalvânia e Itacambi, na Região Norte de Minas Gerais. Os buracos são problemas na BR-356, próximo a Ouro Preto, na Região Central, na BR-451, em São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, e na BR-251, em Grão Mogol, no Norte do estado.  A mesma realidade se estende para as rodovias estaduais. Ao todo, são 15 estradas parcialmente interditadas ou com algum tipo de problema no asfalto.  

A grande maioria na Região do Rio Doce, castigada por temporais no fim  de novembro e neste mês. Na região de Governador Valadares, são nove trechos com ocorrências.  Na MGC-381, quedas de barreiras ao longo da rodovia deixam o trânsito precário nos kms 2,5 e 106,9. Na MGC-451, o trânsito está sendo feito em uma variante instalada em dois pontos da estrada em Marilac. O temporal destruiu pontes e deixou a cidade isolada.   

Na MGC-458, quedas de barreiras e afundamento da pista deixam o trânsito precário em 14 trechos da estrada entre Conselheiro Pena e Cuieté Velho, no Rio Doce. A pista está parcialmente interditada na LMG-766, entre a BR-116 e São Geraldo do Tumiritinga, por causa de queda de barreiras.  O mesmo problema também atinge a LMG-775, entre Tumiritinga e a LMG-766, e a BR-116. Erosões prejudicam o trânsito na LMG-788, entre Conselheiro Pena e Cuieté Velho. Na MG-417, há abatimento da pista entre a MG-431, em Itabirinha, e o entrocamento com a BR-381, em Linópolis.   

BURACOS E PREJUÍZO Os motoristas que percorrem a BR-367, entre Araçuaí e Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, têm que se sujeitar ao perigo e a prejuízos para o bolso por conta das más condições do asfalto. “A estrada virou uma buraqueira só”, lamenta José Geraldo de Freitas, comerciante em Araçuaí. Ele reclama que percorre a rodovia em um carro alto (uma caminhonete Hillux) e mesmo assim já teve prejuízos com a quebra de amortecedores e de rodas. Há algum tempo, o Dnit anunciou que os serviços de reforma da BR-367 foram entregues ao Exército. Mas a recuperação não foi iniciada.  

O trecho malconservado corresponde a 80 quilômetros, entre o entroncamento da BR 367 com a estrada para Coronel Murta e a BR-116 (em Itaobim). Nos períodos de férias, o tráfego no trecho aumenta por conta dos motoristas que seguem para Porto Seguro (BA). Para chegar até a praia, muitos preferem recorrer a um percurso alternativo.   Outra estrada do “caminho da praia” no Norte de Minas que exige atenção dos motoristas devido aos problemas no asfalto é a BR-251, entre Montes Claros e a BR -116 (Rio-Bahia). Devido ao peso dos caminhões, em vários pontos a BR-251 tem depressão e lombada na pista, oferecendo riscos de acidentes.  

CUIDADOS Para o mestre em engenharia de transportes e professor de transporte e trânsito da Universidade Fumec Márcio Aguiar, a situação pode se agravar ainda mais nas estradas no fim do ano. “Certamente, os problemas vão se agravar. Em muitas rodovias foram realizadas operações tapa-buracos, e em algumas nenhuma recuperação. O problema é que a chuva acaba com todos esses remendos. A passagem de cargas aliada com a água da chuva acabam ampliando esses buracos”, disse. “Outro problema nas rodovias mais antigas é que os bueiros estão sem manutenção e não têm capacidade para drenar água. Por isso é bom um alerta contra aquaplanagem e manter a distância dos outros veículos”, concluiu.   

A Região Metropolitana de Belo Horizonte também sofreu com os temporais. “O quantitativo de chuva, principalmente na última semana, provocou rachaduras, ruptura de parte da massa asfáltica e leves deslizamentos de terra. Essa situação vem prejudicando as estradas. Mas, da mesma forma, o Dnit, órgão federal, e o DEER, estadual, já estão tomando medidas para garantir os cuidados a mais para quem está viajando”, afirma o tenente-coronel Ledwan Salgado Cotta, comandante da Polícia Militar Rodoviária (PMRv).  Um dos problemas foi na MG-020, no Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste de Belo Horizonte, próximo ao km 12, na segunda-feira. Parte da pista foi atingida no sentido Santa Luzia/Belo Horizonte.    

O comandante faz um alerta para os motoristas. “Estamos no período chuvoso, então é necessário redobrar a atenção. Os condutores devem planejar a viagem, acomodar bem as bagagens. As bolsas pequenas devem ser colocadas embaixo dos bancos,  não podem ficar soltas dentro do veículo, pois podem virar uma arma contra o motorista”, comentou Ledwan.  Segundo o inspetor Aristides Júnior, assessor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas, nas rodovias federais os problemas são pontuais. Mesmo assim, ele pediu atenção aos motoristas. “A chuva é um problema para todos os motoristas, pois compromete a visibilidade. Os condutores devem ficar atentos aos pneus, limpadores e outras peças do carro para elas estejam em boas condições”, disse Júnior.  O Estado de Minas entrou em contato com o Dnit e o DEER, mas as ligações não foram atendidas. (Colaborou Luiz Ribeiro)


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