Foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial do Município o decreto Nº 16.501 que oficializa a situação de emergência por conta da chuva em Belo Horizonte. Assinado pelo prefeito Marcio Lacerda, o documento é válido por 180 dias. A prefeitura já havia adiantado ontem o pedido de ajuda federal após a morte de uma criança arrastada pela enxurrada durante a chuva forte no Bairro Jardim Felicidade, Região Norte da capital.
Entre os argumentos da prefeitura no decreto, estão os danos (inundações, enxurradas, alagamentos e quedas de árvores) causados por temporais desde o início do mês.
Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), em apenas 13 dias, choveu, em média, 284,3 mm em toda a cidade de Belo Horizonte, o que corresponde a 89% do esperado para o mês de dezembro.
Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), em apenas 13 dias, choveu, em média, 284,3 mm em toda a cidade de Belo Horizonte, o que corresponde a 89% do esperado para o mês de dezembro.
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Mãe e filho de 6 anos morrem soterrados em Juiz de Fora Quatro pessoas são arrastadas após caminhão ser engolido por cratera na Grande BHSem saída a curto prazo, Defesa Civil de BH recomenda fugir de áreas de riscoChuva causa alagamento e estragos na Avenida Vilarinho Rio Paraopeba transborda e invade casas em Tocantins, na Zona da MataNo mesmo período, a região da Pampulha contabilizou 331,5 mm e superou a média histórica de chuva da capital mineira para dezembro, que é de 319,4 mm. Outras regiões da cidade, como leste, nordeste, norte e Venda Nova, já alcançaram mais de 90% da média.
Outras 17 cidades mineiras enfrentam problemas durante período chuvoso, sendo que nove já decretaram situação de emergência, como Belo Horizonte (veja quadro). Outros nove estão com pedidos sob análise da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). Nesta temporada, cinco pessoas morreram e duas estão desaparecidas em razão da chuva, uma em Resplendor e uma na capital, onde também ocorreu a última morte.
Ontem a Coordenadoria de Defesa Civil da capital (Comdec) divulgou o balanço dos estragos causados pelas intensas chuvas durante 24 horas em Belo Horizonte. Ao longo da manhã, a reportagem do Estado de Minas percorreu bairros das regiões Norte e Venda Nova e constatou diversos danos, como ruas onde parte do asfalto cedeu, além de muita sujeira.
Segundo a Comdec, entre segunda e terça-feira, foram 108 solicitações de atendimento motivadas pela chuva na cidade, a maioria na Região Norte, com 34 chamados no total. Considerando apenas comunicandos de alagamentos e inundações, foram 22. No Bairro Juliana, parte da Rua Maria Martins desabou durante o temporal. Pela manhã ainda era possível ver um grande volume de água saindo da canaleta sob a via. O trecho foi isolado, deixando o trânsito apenas em uma pista estreita. Situação semelhante ocorreu na Rua Luiz Franzen de Lima, no Bairro Xodó Marize. De acordo com a Defesa Civil, o deslizamento de uma enconsta comprometeu a lateral da pista. A BHTrans foi chamada para isolar o trecho.
Venda Nova surge em segundo lugar em acionamentos da Defesa Civil, com 27 solicitações, sendo oito sobre alagamentos. Lá, a Avenida Vilarinho registrou a terceira enchente desde o início do período chuvoso. Na noite de segunda-feira, passageiros de dois ônibus ficaram ilhados sobre os coletivos no meio das pistas alagadas. Funcionários da prefeitura trabalhavam ontem na limpeza da via.
O Corpo de Bombeiros também divulgou balanço de atendimentos na Região Metropolitana de BH entre segunda e terça-feira. Foram nove ocorrências de cortes de árvores caídas e risco iminente de queda. Na segunda-feira, três pessoas precisaram ser resgatadas em alagamentos e os militares receberam duas chamadas sobre inundações.
ESTRAGOS Em Minas, já são 1.941 pessoas desalojadas e 223 desabrigadas por causa das chuvas, que deixaram ainda 18 pessoas feridas. Até ontem, segundo a Cedec, 665 casas haviam sido danificadas e 61 desabaram. Trinta e uma obras de infraestrutura, como pontes, foram destruídas e outras 18 sofreram danos.
ESTRAGOS Em Minas, já são 1.941 pessoas desalojadas e 223 desabrigadas por causa das chuvas, que deixaram ainda 18 pessoas feridas. Até ontem, segundo a Cedec, 665 casas haviam sido danificadas e 61 desabaram. Trinta e uma obras de infraestrutura, como pontes, foram destruídas e outras 18 sofreram danos.
Das cinco mortes, quatro foram registradas em Resplendor, no Vale do Rio Doce, no dia 18 de novembro. Choveu forte e córregos inundaram o distrito de Nicolândia. As vítimas foram arrastadas quando tentavam sair de suas casas, que foram inundadas. Uma quinta pessoa continua desaparecida.
Sob a força da água
Municípios mineiros que decretaram situação de emergência por causa da chuva
Santo Antônio do Jacinto
17/10/2016
Pedra Azul
20/10/2016
Itueta
24/11/2016
Resplendor
28/11/2016
Marilac
30/11/2016
Manga
30/11/2016
São Geraldo da Piedade
2/12/2016
Itaobim
2/12/2016
Belo Horizonte
15/12/2016
Municípios com pedidos em análise
Conselheiro Lafaiete
14/11/2016
Carlos Chagas
19/11/2016
Aimorés
19/11/2016
Conselheiro Pena
1/12/2016
Itanhomi
29/11/2016
Açucena
2/12/2016
Governador Valadares
28/11/2016
Além Paraíba
6/12/2016
Dona Euzébia
9/12/2016
Fontes: Cedec/Comdec
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