A aliança entre a população e as prefeituras dos municípios é a aposta da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para combater o mosquito Aedes aegypti em 2017. Neste ano, o estado viveu sua pior epidemia de dengue, zika e chikungunya, da história. Somente da dengue, já foram registrados mais de meio milhão de casos prováveis da doença, que envolve as notificações confirmadas e suspeitas, e 247 mortes. Para tentar evitar novamente a disparada das três enfermidades, o Estado lançou a Campanha de Enfrentamento ao mosquito transmissor, cujo objetivo central é mobilizar os moradores de cada cidade mineira.
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BH tem 10 vezes mais casos de dengue este ano do que em 2015População se apresenta para ajudar nos testes da vacina contra a dengueButantan espera distribuir vacina contra a dengue até o fim de 2017Autoridades admitem maior desafio da história contra mosquito da dengue em MGRegião de BH está com alto índice de infestação do mosquito Aedes aegyptiCom pior epidemia da história, Minas lança campanha contra a dengue sem inovações“É uma ação que precisa do envolvimento dos governos federal, estadual e dos municípios, em um trabalho conjunto com a população. Até então, em 2016, é nossa maior epidemia, com mais de meio milhão de casos prováveis de dengue. Estamos vivendo um cenário diferente hoje, que é a circulação simultânea dos três vírus”, explicou o subsecretário de vigilância e proteção à saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said.
O objetivo da campanha é mobilizar a população a combater o mosquito Aedes aegypti e orientar as prefeituras das cidades. De acordo com o subsecretário, a maioria dos focos estão dentro dos domicílios. “O principal deles é fazer uma discussão com os municípios onde as ações são desenvolvidas para a implantação das diretrizes nacionais. Também vamos intensificar as atividades de mobilização com a população tendo em vista que 90% dos criadouros são interdomiciliares”, afirmou Said.
Balanço divulgado pela SES mostra a situação crítica que vive Minas Gerais com as três doenças. Já foram confimadas 247 mortes da dengue e outros 41 óbitos suspeitos estão sendo investigados. O número de casos prováveis da doença, que envolve os quatro sorotipos, já chega a 526.902. Em relação à zika, já são 15.135 notificações. A doença foi confirmada em 1.065 gestantes. Ao longo deste ano, a microcefalia foi observada em 220 recém-nascidos. Quatro desses casos foram associados ao vírus, 12 tiveram esse vínculo descartado e outros 137 permanecem em investigação. Minas Gerais também registrou 482 vítimas prováveis de febre chikungunya em 2016.
A grande preocupação para 2017 é a circulação simultânea de quatro tipos da dengue, além da zika e chikungunya. Para o subsecretário, a transmissão pode ser alta por causa da baixa resistência da população. "Neste momento, temos os quatro sorotipos da dengue circulando. O vírus zika teve introdução em Minas Gerais apenas no fim de 2015 e a febre chikungunya registrou transmissão autóctone apenas este ano. Nós ainda não temos proteção imunológica", afirmou Said,
RB
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