O mosquito Aedes aegypti virou o grande inimigo de Minas Gerais. Neste ano, o estado vive neste ano sua pior epidemia da história de dengue, zika e chikungunya. Somente da primeira doença, já foram registrados mais de meio milhão de casos prováveis e 247 mortes, números nunca alcançados no estado. Mesmo diante desse quadro inédito, a aposta é em fórmulas notadamente conhecidas para tentar evitar uma disparada das três enfermidades. Ontem, o governo de Minas divulgou seu plano para enfrentamento ao inseto, focado na mobilização dos moradores das cidades mineiras. Novidade mesmo foi o anúncio de R$ 37 milhões, liberados em novembro, para reforço das ações nos municípios.
A aposta do estado em convocar a população para o combate tem como base o último resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa), divulgado pelo Ministério da Saúde. Pela pesquisa, Minas Gerais tinha 80 municípios em situação de alerta ou de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. “O principal objetivo é fazer uma discussão junto com os municípios onde as ações são desenvolvidas para a implantação das diretrizes nacionais. Também vamos intensificar as atividades de mobilização com a população tendo em vista que 90% dos criadouros são interdomiciliares”, afirmou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said.
Outro fator que leva o estado à coordenação de um plano é a troca de gestão das prefeituras, no início do ano. A mudança vai ocorrer em 76% das prefeituras mineiras. Somado a isso estão as chuvas intensas e o calor do período, que favorecem a proliferação dos focos do mosquito e sua reprodução.
Neste ano, foram repassados R$ 66 milhões aos municípios para ações de combate à dengue e às outras duas doenças associadas ao Aedes, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Com o novo montante, de R$ 37 milhões, as cidades poderão investir nas ações dos agentes de combate a endemias, como compra de bombas para dispersão de inseticida, compra de carros e de combustível, capacitação e deslocamento das equipes, entre outros.
“Essa é uma ação que precisa do envolvimento tanto dos governos federal, estadual e dos municípios, em um trabalho conjunto com a população. Até então, 2016, é o ano de nossa maior epidemia, com mais de meio milhão de casos prováveis de dengue”, afirma Said. Ele ressalta ainda que Minas vive atualmente um cenário diferente, com a circulação simultânea dos vírus das três doenças.
BALANÇO Dados divulgados pela SES mostram a crítica situação no estado em relação ao Aedes. Já foram confirmadas 247 mortes por dengue e outros 41 óbitos suspeitos estão sendo investigados. O número de casos prováveis da doença, que envolve os quatro sorotipos, já chega a 526.902. Em relação à Zika, já são 15.135 notificações. A doença foi confirmada em 1.065 gestantes. Ao longo deste ano, a microcefalia foi observada em 220 recém-nascidos. Quatro desses casos foram associados ao vírus, 12 tiveram esse vínculo descartado e outros 137 permanecem em investigação. Minas Gerais também registrou 482 vítimas prováveis de febre chikungunya em 2016.
A grande preocupação para 2017 é a circulação simultânea de quatro tipos da dengue, além da zika e chikungunya. Para o subsecretário, a transmissão pode ser alta por causa da baixa resistência da população. “Neste momento, temos os quatro sorotipos da dengue circulando. O vírus Zika teve introdução em Minas Gerais apenas no final de 2015 e a febre chikungunya registrou transmissão autóctone apenas este ano. Nós ainda não temos proteção imunológica”, afirmou Said.
CAPITAL O anúncio do plano de mobilização do estado foi bem recebido pelo secretário municipal de saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, que também destacou o fato de quase a totalidade dos casos estar presente das residências. “A visita do agente é fundamental para orientar as pessoas sobre os cuidados, mas o grande desafio é transformar o conhecimento que a população tem em hábitos de combate que podem ser realizados em poucos minutos durante a semana”, disse. Fabiano afirmou, no entanto, que a disponibilidade de recursos para contratação de agentes seria muito importante para reforçar o trabalho.
Na capital, assim como no restante do estado, ainda não há opções de enfrentamento focadas em tecnologia ou medicação. De acordo com o secretário, há uma vacina contra a dengue já com aprovação da Anvisa, em fase de testes, mas que ainda depende da aprovação do Ministério da Saúde para incorporação no calendário oficial de vacinação. Além disso, as doses só são indicadas para a faixa etária entre 9 e 45 anos. Outra inovação ainda sendo testada é o uso da bactéria Wolbachia em mosquitos Aedes para combater a transmissão de dengue, zika e chikungunya. A bactéria, que é inofensiva aos humanos, impede os mosquitos de transmitirem os vírus.
A aposta do estado em convocar a população para o combate tem como base o último resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa), divulgado pelo Ministério da Saúde. Pela pesquisa, Minas Gerais tinha 80 municípios em situação de alerta ou de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. “O principal objetivo é fazer uma discussão junto com os municípios onde as ações são desenvolvidas para a implantação das diretrizes nacionais. Também vamos intensificar as atividades de mobilização com a população tendo em vista que 90% dos criadouros são interdomiciliares”, afirmou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said.
Outro fator que leva o estado à coordenação de um plano é a troca de gestão das prefeituras, no início do ano. A mudança vai ocorrer em 76% das prefeituras mineiras. Somado a isso estão as chuvas intensas e o calor do período, que favorecem a proliferação dos focos do mosquito e sua reprodução.
Neste ano, foram repassados R$ 66 milhões aos municípios para ações de combate à dengue e às outras duas doenças associadas ao Aedes, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Com o novo montante, de R$ 37 milhões, as cidades poderão investir nas ações dos agentes de combate a endemias, como compra de bombas para dispersão de inseticida, compra de carros e de combustível, capacitação e deslocamento das equipes, entre outros.
“Essa é uma ação que precisa do envolvimento tanto dos governos federal, estadual e dos municípios, em um trabalho conjunto com a população. Até então, 2016, é o ano de nossa maior epidemia, com mais de meio milhão de casos prováveis de dengue”, afirma Said. Ele ressalta ainda que Minas vive atualmente um cenário diferente, com a circulação simultânea dos vírus das três doenças.
BALANÇO Dados divulgados pela SES mostram a crítica situação no estado em relação ao Aedes. Já foram confirmadas 247 mortes por dengue e outros 41 óbitos suspeitos estão sendo investigados. O número de casos prováveis da doença, que envolve os quatro sorotipos, já chega a 526.902. Em relação à Zika, já são 15.135 notificações. A doença foi confirmada em 1.065 gestantes. Ao longo deste ano, a microcefalia foi observada em 220 recém-nascidos. Quatro desses casos foram associados ao vírus, 12 tiveram esse vínculo descartado e outros 137 permanecem em investigação. Minas Gerais também registrou 482 vítimas prováveis de febre chikungunya em 2016.
A grande preocupação para 2017 é a circulação simultânea de quatro tipos da dengue, além da zika e chikungunya. Para o subsecretário, a transmissão pode ser alta por causa da baixa resistência da população. “Neste momento, temos os quatro sorotipos da dengue circulando. O vírus Zika teve introdução em Minas Gerais apenas no final de 2015 e a febre chikungunya registrou transmissão autóctone apenas este ano. Nós ainda não temos proteção imunológica”, afirmou Said.
CAPITAL O anúncio do plano de mobilização do estado foi bem recebido pelo secretário municipal de saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, que também destacou o fato de quase a totalidade dos casos estar presente das residências. “A visita do agente é fundamental para orientar as pessoas sobre os cuidados, mas o grande desafio é transformar o conhecimento que a população tem em hábitos de combate que podem ser realizados em poucos minutos durante a semana”, disse. Fabiano afirmou, no entanto, que a disponibilidade de recursos para contratação de agentes seria muito importante para reforçar o trabalho.
Na capital, assim como no restante do estado, ainda não há opções de enfrentamento focadas em tecnologia ou medicação. De acordo com o secretário, há uma vacina contra a dengue já com aprovação da Anvisa, em fase de testes, mas que ainda depende da aprovação do Ministério da Saúde para incorporação no calendário oficial de vacinação. Além disso, as doses só são indicadas para a faixa etária entre 9 e 45 anos. Outra inovação ainda sendo testada é o uso da bactéria Wolbachia em mosquitos Aedes para combater a transmissão de dengue, zika e chikungunya. A bactéria, que é inofensiva aos humanos, impede os mosquitos de transmitirem os vírus.