(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pessoas não conseguem identificar os riscos durante chuvas, diz especialista

Major do Corpo de Bombeiros aponta que maioria das mortes na estação chuvosa tem relação com a não identificação das ameaças durante alagamentos, deslizamentos e outros problemas


postado em 16/12/2016 06:00 / atualizado em 16/12/2016 07:37

Uma das recomendações é não trafegar por áreas alagadas, por risco de pane mecânica e elétrica do veículo(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS - 14/11/2016)
Uma das recomendações é não trafegar por áreas alagadas, por risco de pane mecânica e elétrica do veículo (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS - 14/11/2016)
Perceber o risco durante a chuva, conseguir interpretá-lo e saber como escapar dele. Essa pode ser a diferença entre a vida e a morte em um cenário de tempestades, inundações e desmoronamentos. O alerta é do major Anderson Passos, do Corpo de Bombeiros, especialista em período chuvoso, ao apontar que a maioria das mortes neste período acontece porque as pessoas não detectam a ameaça.

Autor do estudo “A prevenção de óbitos no período chuvoso em Minas Gerais pelo Corpo de Bombeiros”, feito entre 2005 e 2010, o militar ressalta que o trabalho revela uma tendência que se mantém: é preciso se prevenir quanto aos três tipos de situação de risco – desmoronamento, alagamento, enchente e inundação.

A pesquisa aponta que, apesar de Minas ter 853 municípios, um quarto das mortes acontece na Região Metropolitana de Belo Horizonte, área que reúne 34 cidades, mas é mais densamente povoada. Outro dado curioso é o perfil das vítimas: embora os homens sejam 49,5% dos habitantes dos municípios mais vulneráveis, eles representam 60,3% dos óbitos.

Os acidentes fatais, aponta o estudo, vitimam principalmente pessoas arrastadas pela enxurrada (36%) e soterradas (38%). Atenção aos sinais de risco é essencial apara evitar entrar nessa estatística. “Detectar inclinações, como de cercas, muros ou postes é um dos primeiros pontos importantes a ser observado. Isso indica que há movimentação de terras naquele local”, diz o especialista.

Assim como rachaduras ou trincas, a presença de água na terra é um importante sinal que não pode ser ignorado. “O problema é que esse tipo de ameaça atinge, normalmente, casas mais pobres. Para aquele que se deparar com uma situação de risco, a recomendação é deixar o local imediatamente, procurar um lugar seguro e acionar a Defesa Civil”, recomenda. Após o alerta, agentes vão até o local para conter a movimentação e providenciar estrutras de contenção ou, em casos mais críticos, remover a residência.

O especialista explica a diferença entre inundação, enchente e alagamento, mas alerta que todas essas situações têm seus riscos. O alagamento, por exemplo, é representado pela dificuldade de escoamento da água da chuva. “É o que acontece todos os anos na Avenida Francisco Sá (Bairro Prado, Oeste de BH), por exemplo”, analisa o major. Nesse tipo de situação, as pessoas precisam ter cuidado ao cruzar ruas alagadas, já que os bueiros representam um risco oculto. “Normalmente, as pessoas arrastadas pelos alagamentos não conhecem a região. Essa vítima não sabe onde está pisando ou se vai conseguir atravessar. Ainda pode encontrar objetos no caminho ou cair em um bueiro”, disse.

Já a enchente está associada à cheia de um curso d’água. “Isso acontece nos rios em período chuvoso. Os leitos têm a previsão, por exemplo, de encher entre três a 10 metros”, afirma o especialista. Esses cursos contam com calhas capazes de suportar o volume em condições normais. Porém, atualmente, as ocupações humanas ocorrem em áreas sujeitas a essas cheias. Já a inundação ocorre quando os níveis dos rios ultrapassam a capacidade da calha, podendo subir mais de 10 metros.

Para as três situações, a orientação é a mesma: não se aventurar a atravessar áreas com correnteza, abandonar lugares alagados e procurar locais altos e seguros para se abrigar. “Enxurrada na canela, cuidado com ela”, alerta o bombeiro. Se a vítima estiver dentro de um carro, é importante tentar abandonar o local por outras vias. “Quando a água atinge o assoalho do carro, é sinal de problema, pois pode ocasionar uma pane elétrica e provocar a falhas nos vidros elétricos e no ar-condicionado”, diz. A principal recomendação é sair do Veículo, ir para cima dele e chamar os bombeiros.

Se as janelas não estiverem abertas e for impossível abrir a porta, por causa do volume de água do lado de fora, a vítima deve quebrar os vidros. Para isso, uma dica é usar o extintor de incêndio. O major Anderson Passos adverte ainda que, em casos de chuva com raios, a recomendação é evitar locais abertos, como campos de futebol, e não se abrigar embaixo de árvores.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)