O retorno das atividades da mineradora Samarco foi discutido em audiência pública realizada na noite dessa quinta-feira em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Aproximadamente 1,8 mil pessoas participaram do encontro no ginásio da cidade. A reunião é obrigatória para no processo de licenciamento do Sistema de Disposição de Rejeito da Cava de Alegria Sul.
A mineradora está inativa desde o rompimento da Barragem do Fundão, em 5 de novembro do ano passado. A tragédia deixou 19 pessoas mortas e provocou o maior desastre ambiental da história do país.
A audiência pública foi realizada para explicar a população sobre um plano da mineradora de aproveitar a cava de Alegria do Sul como depósito de rejeitos. O local fica dentro do complexo de Germano, em Ouro Preto, também na Região Central de Minas Gerais. No início deste mês, a Samarco teve anuência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, para utilizar o local.
A cava de Alegria do Sul pode armazenar aproximadamente 17 milhões de metros cúbicos. De acordo com a proposta apresentada, ela seria utilizada por 2 anos e, nesse período, a mineradora se encarregaria de apresentar alternativas para os anos posteriores.
O promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin, da 2ª Promotoria de Justiça de Mariana, participou do encontro. Por meio de nota, informou que “o MPMG mantém o compromisso de permanecer vigilante por meio da força-tarefa constituída para atuação no caso do rompimento da barragem de Fundão. Ele destacou que “a regularidade do licenciamento, além de requisito legal, é meio de se evitar novas tragédias, sendo benéfico ao meio ambiente, à proteção dos direitos humanos e ao próprio desenvolvimento econômico”.
Os debates também contaram com a participação do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc), da Prefeitura de Mariana, representantes da Samarco e da empresa responsável pelo estudo de impacto ambiental, moradores e vereadores.