O grande volume de lixo jogado na Região da Pampulha e em Venda Nova e que já causou inundações e estragos ao entupir a rede de drenagem dessas regiões, pode ser visto depois de percorrer vários quilômetros se amontoando às margens e em remansos do Ribeirão do Onça. Próximo à ponte que foi interditada no dia 10 pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec-BH) por sua cabeceira ter cedido, no acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da capital mineira, as embalagens plásticas, garrafas, pneus, sacolas, colchões, brinquedos, restos de alimentos e até cadáveres de animais vão se acumulando num redemoinho poluído que, mesmo com os grandes volumes de chuvas, não para de se aglutinar e aumentar de tamanho. De acordo com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), são recolhidas das bocas de lobo da capital de 10 a 20 toneladas de resíduos por dia, um saldo de 400 toneladas por mês, totalizando 5 mil anuais. Uma das principais fontes dessa poluição no ribeirão é justamente o Córrego Vilarinho que, na avenida de Venda Nova leva o mesmo nome, inundou casas, comércios, arrastou carros e deixou ônibus ilhados por quatro vezes nos últimos dois meses.
PERIGO Todo esse lixo acaba retendo a água que entra pelas bocas de lobo e demais drenagens e, invariavelmente, chega ao Ribeirão do Onça, que é afluente do Rio das Velhas. “Quanto mais lixo dentro do sistema de drenagem pluvial, mais rápidas se tornam as inundações e enxurradas que trazem perigo para a cidade”, afirma o coordenador do Centro de Pesquisas em Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Barreira Martinez. “Em conjunto com as mudanças climáticas que vêm trazendo uma concentração de precipitações em curtos espaços de tempo e a impermeabilização do solo nas cidades, o descarte de lixo é um dos fatores mais críticos para as inundações nas cidades. E não é difícil de ver isso. Há alguns dias, vi uma limpeza de boca de lobo na Avenida Prudente de Morais, uma das que inundam sempre, e de lá foram retiradas garrafas de vidro e uma lona plástica enorme. Com isso, não há rede de drenagem que suporte”, pondera.
Quem mora próximo ao córrego convive com o mau cheiro e a proliferação de pragas. “Há duas semanas, o córrego se encheu tanto que a água passou por cima da ponte deixando todo o lixo preso no guarda-mão e nas telas das cercas. Por causa do lixo que fica preso no mato e nas margens do ribeirão aparecem muitos ratos, baratas, escorpiões. Além do cheiro de esgoto, a gente ainda sente a catinga de cães, gatos e cavalos mortos que descem boiando”, disse a secretária Arlinda Pera, de 67 anos, que mora perto do corpo d’água. “É um pouco culpa nossa. Das pessoas que jogam lixo nas ruas e a chuva leva tudo para o rio. Tudo vai descendo para o rio. Aí, a gente vê as inundações na parte alta e esse tanto de lixo aqui em baixo. Mas quando a gente vê a pessoa jogar o lixo na rua, se reclama fica parecendo que é chato e ainda arruma briga”, disse o marceneiro William Jorge Ferreira, de 50.
LIMPEZA Só dos córregos belo-horizontinos é limpa anualmente uma área de mais de 2,5 milhões de metros quadrados e são retirados mais de 7 mil metros cúbicos de lixo, entulho e mato. Nesse serviço também são feitas capina e roçada, retirada de entulho, lama, lixo e mato. Segundo a SLU todos os córregos da cidade são limpos pelo menos três vezes por ano. Os resíduos são retirados para que a vazão dos córregos seja aumentada, evitando riscos de alagamentos.
A Superintendência de Limpeza Urbana informa que as equipes das Gerências Regionais de Limpeza.Urbana estão em estado de alerta e atuando de forma preventiva em todas as regiões da cidade devido à estação das chuvas. “Foram realizadas vistorias em conjunto com a Comdec-BH nos locais onde há previsão de pancadas fortes. Com isso, a limpeza é reforçada nessas áreas, inclusive o cuidado com as bocas de lobo. É retirado todo tipo de lixo desses equipamentos (plástico, garrafas, papel, vidro, terra, guimbas de cigarro), embora, nesta época do ano haja grande ocorrência (predomínio) de folhas e lama (barro)”, informou a SLU por meio de nota. “É importante destacar que a capital tem hoje 26 mil cestos coletores de resíduos leves (lixeirinhas). Por isso, a SLU conta com a colaboração dos cidadãos para a preservação da limpeza desses espaços públicos”, diz a nota.
LIXO DE RISCO
Resíduos removidos pela SLU nas bocas de lobo e drenagens de BH
PERIGO Todo esse lixo acaba retendo a água que entra pelas bocas de lobo e demais drenagens e, invariavelmente, chega ao Ribeirão do Onça, que é afluente do Rio das Velhas. “Quanto mais lixo dentro do sistema de drenagem pluvial, mais rápidas se tornam as inundações e enxurradas que trazem perigo para a cidade”, afirma o coordenador do Centro de Pesquisas em Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Barreira Martinez. “Em conjunto com as mudanças climáticas que vêm trazendo uma concentração de precipitações em curtos espaços de tempo e a impermeabilização do solo nas cidades, o descarte de lixo é um dos fatores mais críticos para as inundações nas cidades. E não é difícil de ver isso. Há alguns dias, vi uma limpeza de boca de lobo na Avenida Prudente de Morais, uma das que inundam sempre, e de lá foram retiradas garrafas de vidro e uma lona plástica enorme. Com isso, não há rede de drenagem que suporte”, pondera.
Quem mora próximo ao córrego convive com o mau cheiro e a proliferação de pragas. “Há duas semanas, o córrego se encheu tanto que a água passou por cima da ponte deixando todo o lixo preso no guarda-mão e nas telas das cercas. Por causa do lixo que fica preso no mato e nas margens do ribeirão aparecem muitos ratos, baratas, escorpiões. Além do cheiro de esgoto, a gente ainda sente a catinga de cães, gatos e cavalos mortos que descem boiando”, disse a secretária Arlinda Pera, de 67 anos, que mora perto do corpo d’água. “É um pouco culpa nossa. Das pessoas que jogam lixo nas ruas e a chuva leva tudo para o rio. Tudo vai descendo para o rio. Aí, a gente vê as inundações na parte alta e esse tanto de lixo aqui em baixo. Mas quando a gente vê a pessoa jogar o lixo na rua, se reclama fica parecendo que é chato e ainda arruma briga”, disse o marceneiro William Jorge Ferreira, de 50.
LIMPEZA Só dos córregos belo-horizontinos é limpa anualmente uma área de mais de 2,5 milhões de metros quadrados e são retirados mais de 7 mil metros cúbicos de lixo, entulho e mato. Nesse serviço também são feitas capina e roçada, retirada de entulho, lama, lixo e mato. Segundo a SLU todos os córregos da cidade são limpos pelo menos três vezes por ano. Os resíduos são retirados para que a vazão dos córregos seja aumentada, evitando riscos de alagamentos.
A Superintendência de Limpeza Urbana informa que as equipes das Gerências Regionais de Limpeza.Urbana estão em estado de alerta e atuando de forma preventiva em todas as regiões da cidade devido à estação das chuvas. “Foram realizadas vistorias em conjunto com a Comdec-BH nos locais onde há previsão de pancadas fortes. Com isso, a limpeza é reforçada nessas áreas, inclusive o cuidado com as bocas de lobo. É retirado todo tipo de lixo desses equipamentos (plástico, garrafas, papel, vidro, terra, guimbas de cigarro), embora, nesta época do ano haja grande ocorrência (predomínio) de folhas e lama (barro)”, informou a SLU por meio de nota. “É importante destacar que a capital tem hoje 26 mil cestos coletores de resíduos leves (lixeirinhas). Por isso, a SLU conta com a colaboração dos cidadãos para a preservação da limpeza desses espaços públicos”, diz a nota.
LIXO DE RISCO
Resíduos removidos pela SLU nas bocas de lobo e drenagens de BH
>> Lixo orgânico
>> Restos de construção
>> Pneus
>> Latas
>> Garrafas de plástico
>> Móveis velhos
>> Televisão
>> Geladeira
>> Aparelho de som
>> Brinquedos
>> Tambores
>> Garrafas
>> Madeira
Por dia, são recolhidas em Belo Horizonte:
>> 2,2 mil toneladas
de resíduos da coleta domiciliar
>> 300 toneladas
de deposições clandestinas
>> 20 toneladas
de materiais recicláveis