Levantamento atualizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revela que mais de 75% dos rejeitos de minério de ferro que estavam estocados na Barragem de Fundão antes da tragédia de Mariana, em Minas Gerais, já vazaram da estrutura rompida há pouco mais de um ano.
Antes do desastre, a barragem operada da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, tinha 56,4 bilhões de litros de lama armazenados. No dia do acidente, em 5 de novembro de 2015, 32,2 bilhões de litros foram despejados na região, matando 19 pessoas, deixando 352 famílias desabrigadas e afetando a economia e o abastecimento de água de 27 cidades de Minas e Espírito Santo.
Cálculos recentes feitos pelo Ibama mostram que ao longo do período de um ano que sucedeu a tragédia mais 11,4 bilhões de litros deixaram a barragem, revelando que os três diques de contenção concluídos pela Samarco em fevereiro de 2016 não foram capazes de estancar o "sangramento" de Fundão, o que indica um desastre ambiental continuado.
"Cerca de 60% do volume que vazou permanece dentro de Bento Rodrigues (subdistrito de Mariana), mas ainda é possível encontrar o DNA da mineração a 600 quilômetros do local do acidente porque as medidas de contenção não têm conseguido conter a fração mais fina do material", afirma Marcelo Belisário, superintendente do Ibama em Belo Horizonte.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Santa Maria do Rio Doce, Leonardo Deptulski, afirma que a grande barreira de contenção da lama ainda é a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, que fica a cerca de 100 quilômetros do local da tragédia, já no Rio Doce. "Lá está sendo feito um trabalho de dragagem combinado com estruturas metálicas de barramento acima da barragem. Essas obras têm sido mais eficazes, mas é preciso executar outras medidas eficientes antes do Rio Doce", diz Deptulski, que é prefeito de Colatina, no Espírito Santo, cidade também atingida pelo tsunami de lama em 2015.
De acordo com Belisário, um dos problemas para despoluir os rios atingidos, especialmente do Gualaxo do Norte, em Mariana, é que os produtos químicos utilizados pela Samarco no processo de tratamento de rejeitos não possuem registro no Ibama para serem usados no meio ambiente. "Os coagulantes e floculantes que eles usam internamente nunca foram testados fora da área industrial. Não sabemos seus efeitos na natureza e precisaria de tempo para analisá-los"”, disse.
Antes do desastre, a barragem operada da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, tinha 56,4 bilhões de litros de lama armazenados. No dia do acidente, em 5 de novembro de 2015, 32,2 bilhões de litros foram despejados na região, matando 19 pessoas, deixando 352 famílias desabrigadas e afetando a economia e o abastecimento de água de 27 cidades de Minas e Espírito Santo.
Cálculos recentes feitos pelo Ibama mostram que ao longo do período de um ano que sucedeu a tragédia mais 11,4 bilhões de litros deixaram a barragem, revelando que os três diques de contenção concluídos pela Samarco em fevereiro de 2016 não foram capazes de estancar o "sangramento" de Fundão, o que indica um desastre ambiental continuado.
"Cerca de 60% do volume que vazou permanece dentro de Bento Rodrigues (subdistrito de Mariana), mas ainda é possível encontrar o DNA da mineração a 600 quilômetros do local do acidente porque as medidas de contenção não têm conseguido conter a fração mais fina do material", afirma Marcelo Belisário, superintendente do Ibama em Belo Horizonte.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica Santa Maria do Rio Doce, Leonardo Deptulski, afirma que a grande barreira de contenção da lama ainda é a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, que fica a cerca de 100 quilômetros do local da tragédia, já no Rio Doce. "Lá está sendo feito um trabalho de dragagem combinado com estruturas metálicas de barramento acima da barragem. Essas obras têm sido mais eficazes, mas é preciso executar outras medidas eficientes antes do Rio Doce", diz Deptulski, que é prefeito de Colatina, no Espírito Santo, cidade também atingida pelo tsunami de lama em 2015.
De acordo com Belisário, um dos problemas para despoluir os rios atingidos, especialmente do Gualaxo do Norte, em Mariana, é que os produtos químicos utilizados pela Samarco no processo de tratamento de rejeitos não possuem registro no Ibama para serem usados no meio ambiente. "Os coagulantes e floculantes que eles usam internamente nunca foram testados fora da área industrial. Não sabemos seus efeitos na natureza e precisaria de tempo para analisá-los"”, disse.