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Obras da igrejinha da Pampulha são adiadas Restauração na parte interna da igrejinha da Pampulha começa em janeiroPrefeitura abre licitação para reforma da Igrejinha da PampulhaIgrejinha da Pampulha sofre com a ação do tempo e apresenta problemas estruturaisIphan avalia integridade das obras de Portinari na igreja da PampulhaAté o fim do mês, Iepha vai tomar medidas contra danos de infiltrações na Igrejinha da PampulhaIphan recomenda a retirada de quadros de Portinari da Igrejinha da PampulhaÁrvores derrubadas durante temporal continuam ocupando calçadas em BHA restauração da Igreja de São Francisco de Assis, que começaria no mês passado e foi adiada para 2018, se tornou um enigma difícil de decifrar até mesmo para as instituições envolvidas. Nas tardes de sexta-feira e de ontem, a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira, se reuniu com representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte e da Fundação Municipal de Cultura (FMC) para encontrar uma solução. O ponto nevrálgico é que, para deslanchar o projeto, que terá recursos de R$ 1,4 milhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) precisa do templo liberado, tarefa difícil diante dos 215 matrimônios marcados para o período de janeiro a dezembro de 2017. Em 30 de outubro, inconformado com um possível fechamento da São Francisco de Assis no ano que vem, vários casais de noivos fizeram uma manifestação na porta da igreja. Na manhã de ontem, técnicos do Iphan estiveram no local para fazer uma vistoria.
PREOCUPAÇÃO Mesmo com os temporais, o casal Solón Ramos, enfermeiro, e Ingrid Rísia, fotógrafa, residente em Itabuna (BA), fez questão de visitar o cartão-postal de BH. “Já vi uma vez, ela é a primeira”, disse Solón baixinho, enquanto Ingrid olhava atentamente a água brotando na rachadura na madeira.
O presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), arquiteto e historiador Leônidas Oliveira, confirmado para continuar no cargo pelo prefeito eleito Alexandre Kalil, diz que a deterioração da igrejinha da Pampulha, como é popularmente conhecida, preocupa cada vez mais. “As lajes estão apodrecendo e o projeto de restauro contempla a parte estrutural, os elementos artísticos, enfim, todo o templo”, informa Leônidas, ressaltando que o serviço não pode esperar em detrimento da integridade do bem cultural e religioso. Estrutura de concreto armado, a igreja, construída entre 1943 e 1945, é formada por lajes que se emendam e têm entre si as juntas de dilatação, por onde passa a água.
O projeto para recuperar o templo custou R$ 200 mil e foi bancado pela PBH via Sudecap. Leônidas alerta que ele foi feito especificamente para obras que começariam em novembro, devendo, portanto, ser realizado outro se a intervenção começar em 2018. “A degradação está avançando e fizemos até a licitação para escolher a firma que fará a obra”, destaca. E acrescenta que a FMC e a PBH avisaram, por ofício, a Cúria Metropolitana a respeito do início das obras, havendo também reunião no Ministério Público de Minas Gerais sobre o assunto.
Marcas do templo
Em 23 de janeiro de 2014, o Estado de Minas mostrou a situação do templo católico, considerado joia da arquitetura brasileira e atrativo para visitantes que, todos os dias, mesmo sob temporais, se enfileiram na calçada para tirar fotos ou simplesmente contemplar. Tombado pela União, estado e município, o templo já trazia as marcas das infiltrações, queda de reboco na marquise e muita sujeira nas pastilhas externas, além de espécies invasadoras no jardim planejado pelo paisagista Burle Marx (1909-1994).