O uso indevido das escadas rolante é o que teria motivado a abordagem de dois adolescentes no Shopping Cidade, na capital, dando início ao conflito que gerou uma manifestação contra o centro comercial, sugerindo que a intervenção de seus funcionários teve cunho racista. A informação foi dada nesta quarta-feira, por meio de nota, em resposta ao protesto realizado na noite da terça-feira no shopping, que ganhou destaque nas redes sociais.
Os manifestantes, no ato realizado na terça-feira, criticaram a atitude dos seguranças do estabelecimento, que teriam agido de forma arbitrária com dois adolescentes e três mulheres negros que circulavam pelo centro de compras, que fica na área central de Belo Horizonte.
A estudante de pedagogia Ayana Amorim, de 22 anos, afirmou que os funcionários tentaram expulsar os dois menores que estavam com ela, dando início ao conflito. Segundo ela, durante a discussão um dos funcionários teria empurrado um dos meninos pelas costas contra a vidraça de uma loja do estabelecimento. Ayana diz que eles sofreram discriminação devido à cor de suas peles e que registrou Boletim de Ocorrência (BO) sobre a agressão.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a administração do shopping informou que, na noite do dia 16, “dois menores de idade desacompanhados foram abordados nas dependências do empreendimento, exclusivamente para serem orientados de que o comportamento inseguro ao usar a escada rolante colocava em risco a segurança deles e de outros clientes".
De acordo com o comunicado, na abordagem dos adolescentes, as três jovens se aproximaram e se apresentaram como responsáveis por eles. “Diante disso, os menores permaneceram na sua companhia por alguns momentos. Salientamos que estas jovens não foram monitoradas, tampouco foram impedidas de circular pelo estabelecimento”, garante a administração.
Ainda conforme a nota, os dois adolescentes se dispersaram e, mais uma vez desacompanhados, voltaram a circular pelos corredores e escadas, de forma inadequada, sendo novamente orientados pelos seguranças e advertidos de que não poderiam permanecer no empreendimento com aquela conduta.
“Nesta última abordagem, as jovens novamente se apresentaram como responsáveis pelos menores e equivocadamente associaram a abordagem a racismo, ato que o empreendimento repudia. Esclarecemos, por fim, que em nenhum momento houve agressões verbais e físicas.O Shopping reforça o seu posicionamento democrático e de acolhimento à diversidade”, ressaltou..