“O empreendimento (shopping) trouxe muitas pessoas com seus carros para fazer compras, mas também muita gente que estaciona por lá para utilizar o metrô ou os ônibus do terminal. Com essa concentração de automóveis e de motocicletas aumentaram também as práticas de roubos e de furtos”, afirma.
Na Região Noroeste, o destaque é para os bairros Caiçara, Santa Cruz e Cachoeirinha, nesses casos devido à atividade de desmanches, que diluem as peças fruto de crimes entre as legais. “Nesses locais há uma grande facilidade de rotas de trânsito rápido para se dar fuga no veículo levado por rotas como o Anel Rodoviário, por exemplo”, conta o policial.
Em Belo Horizonte, os carros costumam ser levados em dias e horários certos. De acordo com as estatísticas da Polícia Civil, os picos ocorrem entre terça-feira e quinta-feira. De sexta-feira a domingo, são menos casos e registros de ocorrências.
Os horários da manhã, da tarde e da noite concentram igualmente cerca de 30% das ocorrências de furtos e roubos de veículos, restando à madrugada o menor quantitativo de registros desses crimes. O policial da delegacia especializada, contudo, adverte quem possa sentir algum conforto nisso.
“Há menos roubos e furtos nas madrugadas porque também há menos veículos disponíveis nas ruas, seja circulando seja estacionados. Isso, por outro lado, faz desse horário o que registra os piores casos de violência, já que os bandidos se sentem mais livres para agir sem serem inibidos pela polícia ou por testemunhas”, alerta.
PRECAUÇÃO
A utilização de alarmes ajuda a fazer com que o criminoso dê preferência a um alvo mais fácil. “Esses bandidos procuram oportunidades. Alguém que esteja distraído, um carro sem trancas ou alarmes. Mas se tiver uma encomenda pode levar o veículo daquela marca”, conta. As encomendas geralmente se dão por parte dos receptadores, que arrematam lotes de uma determinada marca de veículo acidentado ou em perda total e com isso conseguem esquentar mais peças desse mesmo automóvel ou moto. Por isso, a Lei 12.977/2014 seria importante, na visão do delegado. “Quando o Detran-MG regulamentar a lei, o receptador não vai poder dizer que uma peça roubada pertence a um veículo do lote que ele comprou, porque esta vai ter de estar etiquetada. Quem não fizer isso vai perder sua licença para vender peças”, afirma.
As penas para quem pratica esses tipos de crimes são consideradas baixas pelo policial, ou outro estímulo à atividade. O furto simples tem pena de 2 a 4 anos, o qualificado ou majorado chega a 8 anos de prisão, enquanto a receptação também tem pena de 2 a 4 anos.