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Estado de Minas

Familiares de jovem encontrado na Lagoa da Pampulha desconfiam de crime

Polícia Civil considera a hipótese de Rodrigo Muller, de 29 anos, ter entrado na represa por conta própria, mas testemunha pode trazer reviravolta ao caso


postado em 03/01/2017 06:00 / atualizado em 03/01/2017 15:25

Bombeiros encontraram o corpo de Rodrigo nas imediações da Igreja de São Francisco de Assis(foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Bombeiros encontraram o corpo de Rodrigo nas imediações da Igreja de São Francisco de Assis (foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Mistério na morte do representante comercial Rodrigo Corrêa Muller, cujo corpo foi encontrado boiando na Lagoa da Pampulha, na manhã de ontem, depois de ele ter participado de uma festa na virada do ano numa das mansões da orla. O caso, dado inicialmente como afogamento, pode ter uma reviravolta. Familiares desconfiam que o rapaz, que tinha 29 anos de idade, tenha sido vítima de algum crime.

O caso pode ter uma testemunha. Trata-se de um músico que trabalhou na região no réveillon e, na volta para casa, disse ter visto um homem nu sendo perseguido por algumas pessoas na Avenida Otacílio Negrão de Lima. A informação foi repassada pelo músico à irmã do vendedor, Juliana Muller, de 31.

Em princípio, a Polícia Civil acredita que Rodrigo tenha entrado na água por conta própria e se afogado, mas, diante da nova informação, os investigadores não descartam a possibilidade de um crime. Algumas perguntas, no entender da família, precisam ser esclarecidas, como se o rapaz entrou na água para fugir de algum perigo ou se foi empurrado na lagoa.

Rodrigo foi à festa com a mulher e amigos. Segundo a versão inicial, o representante comercial teve um ataque de ciúmes e decidiu ir embora com a companheira. Já no carro, um Peugeot 207, o casal discutiu bastante. Rodrigo jogou alguns objetos pela janela e, em seguida, desceu do veículo e saiu correndo em direção à lagoa. Não foi mais visto pela mulher.

Minutos depois, o Corpo de Bombeiros foi acionado com a informação de que um homem entrou por conta própria na lagoa e, após um mergulho, não emergiu. A corporação enviou uma equipe imediatamente ao cartão-postal e ontem o corpo foi encontrado. As roupas do rapaz foram localizadas às margens do espelho d’água. Naquele momento, os bombeiros acreditavam que Rodrigo tivesse entrado na água por conta própria.

Juliana garante que Rodrigo não tem o perfil de quem entraria na lagoa após uma discussão com a mulher, com quem vivia, há alguns meses, num bairro na Região Leste da capital. “Conheço meu irmão e tenho plena convicção de que, independentemente do que tenha acontecido na discussão, ele não entraria na lagoa por conta própria”.

A informação repassada pelo músico à irmã de Rodrigo injetou mistério na morte do vendedor. Juliana contou que o músico havia trabalhado num evento no réveillon e teria visto o homem nu, o qual familiares acreditam ser Rodrigo, nas imediações do número 3.800 da Avenida Otacílio Negrão de Lima.

Depois de mais de um dia de busca, os bombeiros encontraram o corpo de Rodrigo boiando justamente próximo ao mesmo imóvel. Apreensiva, Juliana acompanhou a retirada do cadáver da água. Ela notou alguns equipamentos em imóveis da região que podem ajudar a esclarecer o caso: “Pelo que observei no local, há câmeras de segurança que podem ajudar a desvendar o que aconteceu”.

LAUDO


O corpo do rapaz foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Como o cadáver foi encontrado em avançado estágio de decomposição e bastante sujo por lodo, não foi possível uma conclusão preliminar sobre eventual marca de violência. Os peritos do IML têm prazo de 30 dias para finalizar o laudo.


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