O reajuste de 9,4% no preço das passagens de ônibus em Belo Horizonte, em vigor desde ontem, provocou protestos e já até mudou hábitos de passageiros na tentativa de economizar os R$ 4,05 da nova tarifa, a ser paga por cerca de 80% dos usuários, segundo a BHTrans – o valor anterior era de R$ 3,70.
Na noite de ontem, dezenas de pessoas protestam contra o aumento. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes se concentraram na Praça Sete até as 18h, de onde seguiram em passeata pela Rua Rio de Janeiro até a Praça Marília de Dirceu, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul da capital, para protestar em frente ao prédio do prefeito Alexandre Kalil.
O grupo queimou uma catraca em via pública e deixou uma carta reivindicando o cancelamento do reajuste e a “abertura da caixa-preta” das empresas de ônibus na fachada do prédio onde mora o prefeito. Segundo a assessoria de Kalil, o prefeito disse respeitar a opinião dos manifestantes e considerar natural o protesto, mas pediu cuidado para que a praça fosse preservada.
Ele sustentou ainda a posição, já manifestada no domingo, depois de tomar posse, de que não vai rever o aumento e a promessa de que vai estudar medidas para evitar futuros reajustes abusivos. Policiais militares e guardas municipais acompanham o protesto. Depois de duas horas de passeata, o grupo se dispersou, prometendo novos protestos até que haja uma redução da tarifa.
Dona Ana Rosa Verdade, de 61 anos, no entanto, nem pensou em esperar por isso. Ela precisava pegar dois coletivos e optou por dispensar um, fazendo parte da viagem a pé para economizar R$ 4,05. Moradora do Bairro São Lucas, na Região Leste, Ana Rosa precisou ir ontem ao Barro Preto, na Centro-Sul, buscar um exame. O normal, segundo ela, seria pegar dois ônibus para chegar ao destino: “Mas decidi ir a pé até o Centro, onde peguei um coletivo”.
A aposentadoria dela é de um salário-mínimo. O novo piso, reajustado para R$ 937 (nos últimos 13 anos, a primeira vez sem aumento real), subiu num percentual (6,4%) abaixo da elevação definida pela BHTrans (9,4%). “Não dá para gastar a aposentadoria com passagens. Só não economizei mais, fazendo todo o percurso até o Barro Preto a pé, porque o sol está muito forte”, lamentou a mulher.
O também aposentado José Maria da Silva, de 72, foi outro que criticou o reajuste das passagens na capital. Ele é beneficiado com a gratuidade do transporte gratuito, pois tem mais de 65 anos de idade. Por isso mesmo, recebe vários pedidos de amigos e familiares para buscar encomendas e prestar pequenos serviços no Centro.
“Há dias que venho quatro vezes”, contou. A partir de agora, acredita José, o número de pedidos de parentes e amigos aumentará. Saudosista, ele faz questão de dizer que é da época dos bondes. “Embarquei em vários. O que eu mais usava era o que ia do Bairro Floresta para o Centro. A passagem era bem mais barata do que a praticada atualmente. Algo em torno de R $ 0,50”.
SEM INFORMAÇÃO Nem todos os coletivos que saíram das garagens ontem tiveram os letreiros eletrônicos reprogramados com a informação do novo preço da passagem. O Estado de Minas flagrou coletivos das linhas 9803 (Taquaril/Palmares) e 4108 (Pedro II/Mangabeiras) com o valor antigo no letreiro. (com PHL)
Na noite de ontem, dezenas de pessoas protestam contra o aumento. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes se concentraram na Praça Sete até as 18h, de onde seguiram em passeata pela Rua Rio de Janeiro até a Praça Marília de Dirceu, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul da capital, para protestar em frente ao prédio do prefeito Alexandre Kalil.
O grupo queimou uma catraca em via pública e deixou uma carta reivindicando o cancelamento do reajuste e a “abertura da caixa-preta” das empresas de ônibus na fachada do prédio onde mora o prefeito. Segundo a assessoria de Kalil, o prefeito disse respeitar a opinião dos manifestantes e considerar natural o protesto, mas pediu cuidado para que a praça fosse preservada.
Ele sustentou ainda a posição, já manifestada no domingo, depois de tomar posse, de que não vai rever o aumento e a promessa de que vai estudar medidas para evitar futuros reajustes abusivos. Policiais militares e guardas municipais acompanham o protesto. Depois de duas horas de passeata, o grupo se dispersou, prometendo novos protestos até que haja uma redução da tarifa.
Dona Ana Rosa Verdade, de 61 anos, no entanto, nem pensou em esperar por isso. Ela precisava pegar dois coletivos e optou por dispensar um, fazendo parte da viagem a pé para economizar R$ 4,05. Moradora do Bairro São Lucas, na Região Leste, Ana Rosa precisou ir ontem ao Barro Preto, na Centro-Sul, buscar um exame. O normal, segundo ela, seria pegar dois ônibus para chegar ao destino: “Mas decidi ir a pé até o Centro, onde peguei um coletivo”.
A aposentadoria dela é de um salário-mínimo. O novo piso, reajustado para R$ 937 (nos últimos 13 anos, a primeira vez sem aumento real), subiu num percentual (6,4%) abaixo da elevação definida pela BHTrans (9,4%). “Não dá para gastar a aposentadoria com passagens. Só não economizei mais, fazendo todo o percurso até o Barro Preto a pé, porque o sol está muito forte”, lamentou a mulher.
O também aposentado José Maria da Silva, de 72, foi outro que criticou o reajuste das passagens na capital. Ele é beneficiado com a gratuidade do transporte gratuito, pois tem mais de 65 anos de idade. Por isso mesmo, recebe vários pedidos de amigos e familiares para buscar encomendas e prestar pequenos serviços no Centro.
“Há dias que venho quatro vezes”, contou. A partir de agora, acredita José, o número de pedidos de parentes e amigos aumentará. Saudosista, ele faz questão de dizer que é da época dos bondes. “Embarquei em vários. O que eu mais usava era o que ia do Bairro Floresta para o Centro. A passagem era bem mais barata do que a praticada atualmente. Algo em torno de R $ 0,50”.
SEM INFORMAÇÃO Nem todos os coletivos que saíram das garagens ontem tiveram os letreiros eletrônicos reprogramados com a informação do novo preço da passagem. O Estado de Minas flagrou coletivos das linhas 9803 (Taquaril/Palmares) e 4108 (Pedro II/Mangabeiras) com o valor antigo no letreiro. (com PHL)