Um homem de 46 anos, aparentemente um trabalhador acima de qualquer dúvida, foi preso sob suspeita de atacar sexualmente mais de 10 mulheres na periferia de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. L.F.S. está atrás das grades e é investigado pela equipe da 2ª Delegacia Distrital da cidade. Em depoimento, teria confessado que desde 2012 estuprava e roubava suas vítimas em um local ermo no Bairro de Fátima.

O último alvo do tarado teria sido uma mulher de 29 anos, atacada na noite do dia 2, na Rua Beira Linha. Depois de o caso ser divulgado, outras vítimas, também violentadas sexualmente no mesmo local, identificaram o modo de agir do criminoso que, com uma faca, as ameaçou e arrastou para um matagal, onde foram estupradas. Em seus ataques, o criminoso ainda tentou matar pelo menos duas de suas presas, jogando-as do alto de um barranco.

Pelo menos 12 vítimas de estupro na região ligaram para a delegacia. Ontem, duas mulheres prestaram depoimento e reconheceram oficialmente L. como o homem que as estuprou. O acusado foi preso na quarta-feira, depois de rastreado o aparelho de telefone celular de uma das vítimas, que ele teria roubado e dado de presente para seu filho.

De acordo com um agente policial, L. tinha vida dupla, já que aparentemente era um homem trabalhador, que recentemente teve um bebê, agora com 8 meses, com a namorada. Separado do primeiro casamento, ele tem dois filhos adultos. “Foi um choque para a família dele e para conhecidos, pois ninguém podia imaginar que convivia com um psicopata”, disse o agente.

L. contou aos policiais que, desde 2012 atacava mulheres, sempre num matagal próximo ao pontilhão da linha férrea, que liga os bairros General Carneiro e Fátima. “Ele aproveitava o horário da noite, quando muitas mulheres desciam de ônibus na rodovia, vindo do trabalho, e seguiam pela linha férrea para cortar caminho. Como todo psicopata, ele estudava suas vítimas”, pontuou o policial.

Uma das mulheres que esteve na delegacia ainda apresenta sequelas da tentativa de homicídio, já que teve lesões em três costelas e uma forte torção no pescoço. Além de aparelhos de telefone das vítimas, ele roubava dinheiro e fazia ameaças, de acordo com a polícia. Mas, em sua rotina diária, era um homem trabalhador e tranquilo, segundo definem parentes e amigos do acusado.

A delegada Alessandra Rosa está encarregada de investigar as acusações contra o homem. Inicialmente, já se sabe que o filho dele, que estava de posse do aparelho de celular roubado de uma das mulheres, não sabia da procedência do equipamento. Ao ser detido com o telefone, disse que tinha ganho de seu pai, que lhe afirmou tê-lo comprado. Nos próximos dias, mulheres que disseram ter sido violentadas por L. serão convocadas para prestar depoimento e realizar o reconhecimento oficial..