Garota que morreu em carro arrastado em MG é a 16ª vítima do período chuvoso 2016/2017

Laís Vitória da Silva Castro, de 14 anos, estava dentro de um carro arrastado pela água de um rio que transbordou com a chuva em Lavras, na Região Sul de Minas Gerais

João Henrique do Vale

Subiu para 16 o número de mortes no período chuvoso 2016/2017.

A última vítima dos temporais foi a adolescente Laís Vitória da Silva Castro, de 14 anos, que estava dentro de um carro arrastado pela água de um rio que transbordou com a chuva em Lavras, na Região Sul de Minas, na noite de domingo. O corpo dela foi encontrado na madrugada desta segunda-feira. Outras três pessoas que estavam no veículo conseguiram se salvar.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a garota, a mãe, a tia e um amigo estavam em um carro quando tentavam atravessar a ponte sobre o Ribeirão Tipuana, na Rua Giselda Carvalho Botelho. A água já passava sobre o elevado quando tentaram a travessia.

Quando já estavam sobre a estrutura, o veículo acabou arrastado. Três pessoas que estavam no automóvel conseguiram sair e se seguraram em galhos de árvores.
Militares conseguiram chegar até as vítimas e as retiraram sem ferimentos.

O Corpo de Bombeiros continuou as buscas pela adolescente. Somente por volta das 4h os militares encontraram o veículo arrastado. Ele estava a aproximadamente 100 metros do local do desaparecimento. Dentro dele estava o corpo de Laís.

Outras mortes

A morte de Laís foi a 16ª do período chuvoso 2016/2017. No domingo de Natal, um homem de 39 anos morreu depois de ser atingido por uma descarga elétrica de um raio. Ele estava encostado em uma cerca na comunidade de Cachoeirinha, na zona rural de Cristina, na Região Sul de Minas Gerais. Essa foi a segunda vítima da chuva atingida por um raio. Em 8 de dezembro, no Vale do Jequitinhonha, Valdivino Miranda dos Santos, de 48, foi atingido por uma descarga elétrica quando trabalhava em uma pastagem na localidade de Córrego Trindade. Chovia forte quando ele foi eletrocutado.

As outras 13 mortes ocorreram em diferentes cidades mineiras. Quatro em Nicolândia, distrito de Resplendor, na Região do Rio Doce, uma em Belo Horizonte, duas em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, três em Ribeirão das Neves, na Grande BH, e outras três em Mutum, também no Rio Doce.


O número pode ser ainda maior. Balanço da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) indica que há outras duas pessoas desaparecidas. Uma mulher identificada como Maria Cotinha, de 64 anos, que sumiu após uma enchente atingir Nicolândia, e um bebê de 1 ano que desapareceu depois que um caminhão foi engolido por uma cratera na LMG-806, em Ribeirão das Neves. Outras 21 pessoas ficaram feridas.

O atual período chuvoso já tem quatro vezes mais mortos do que a estação entre 2015/2016, quando foram registrados quatro óbitos em decorrência das chuvas. Também já é maior se comparado com 2014/2015. Vale ressaltar que, nesses anos, Minas Gerais passou por um período de grande estiagem. Na comparação com as temporadas 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014, os números são bem menores. Nesses anos, foram contabilizados 20, 24 e 23 óbitos, respectivamente.

Segundo balanço da Cedec, 12 cidades mineiras já decretaram situação de emergência por causa de estragos da chuva, entre elas, Belo Horizonte. Os temporais deixaram 2.396 desalojados e 223 desabrigados.
O número de casas destruídas chega a 61 e outras 738 foram danificadas. Em relação às pontes, 36 sofreram avarias e outras 18 estruturas foram destruídas.

RB

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