Vacinação contra a febre amarela em Ladainha deverá ser concluída em até quatro dias, diz prefeito

População continua fazendo filas na cidade em busca da imunização. Segundo a prefeitura, são 11 óbitos suspeitos na cidade, mas apenas dois já foram considerados prováveis

Guilherme Paranaiba
Moradores de Ladainha estão sendo vacinados no ginásio da cidade - Foto: Fábio Souza/Divulgação
A quinta-feira começou com fila para vacinação contra a febre amarela em Ladainha, no Vale do Mucuri, uma das cidades mineiras que sofre com o surto da doença no estado. Até a noite de ontem, cerca de 4 mil pessoas já tinham recebido doses da vacina e a expectativa é que hoje mais 2 mil sejam imunizadas.

“As equipes estão trabalhando direto, sem fazer intervalo para almoço. Na zona rural estão indo de casa em casa. Nossa intenção é terminar de vacinar todos que precisam até a próxima segunda-feira”, diz o prefeito de Ladainha Walid Nedir de Oliveira.

A má notícia, segundo o gestor municipal, é que já são 11 mortes na cidade que podem estar relacionadas à doença, sendo que duas delas já receberam um primeiro sinal positivo da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), confirmando que a febre amarela é a causa provável dos óbitos. Para que a morte seja oficializada, é necessário uma investigação mais completa, com uma contraprova, histórico de vacinação e dos deslocamentos dos pacientes.

SITUAÇÃO OFICIAL Até o momento, a SES/MG confirma a notificação de 48 casos suspeitos da febre amarela silvestre, sendo que 16 já foram considerados prováveis por conta dos exames preliminares. Dentre os 16, estão oito mortes, mas outras seis ainda aguardam resultado dos primeiros reagentes, totalizando 14 óbitos informados pela SES.


Porém, os municípios das áreas onde existe o surto (vales do Rio Doce e do Mucuri) a todo momento notificam novas mortes semelhantes, que podem estar relacionadas ao mesmo problema. Em Ladainha, por exemplo, apesar de apenas dois óbitos terem recebido um primeiro resultado que torna a febre amarela como causa provável, outros nove ocorreram em condições semelhantes, o que pode aumentar as estatísticas.

Outra situação que demonstra o tamanho do problema é vivenciada na microrregião de Caratinga, no Vale do Rio Doce, onde estão 13 municípios. Segundo o secretário de Saúde da cidade, Giovanni Corrêa, são 79 casos suspeitos, sendo que 11 deles já tiveram a primeira confirmação. Dos 11, quatro evoluíram para óbitos, mas existem outras quatro mortes aguardando análise.

Amanhã, nova remessa de vacinas que está chegando nesta quinta-feira em Caratinga estará disponível para a população. A prefeitura vai fazer um mutirão de atendimento à população no sábado em todos os postos de saúde da cidade de 91,5 mil habitantes. A expectativa é que dentro de 15 a 20 dias todas as pessoas que precisam ser vacinadas estejam imunizadas em Caratinga.
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