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Estado de Minas

Estacionamento rotativo será eletrônico ainda em 2017, diz BHTrans

Novo diretor diz que modalidade permite compra de créditos pelo celular e evita "conluio" entre motoristas e flanelinhas para estacionar sem pagar


postado em 13/01/2017 06:00 / atualizado em 13/01/2017 07:55

Novo sistema vai permitir que agentes de trânsito digitem a placa do veículo em um sistema para verificar se motorista adquiriu créditos para estacionar(foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Novo sistema vai permitir que agentes de trânsito digitem a placa do veículo em um sistema para verificar se motorista adquiriu créditos para estacionar (foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
O estacionamento rotativo em Belo Horizonte, cuja lei que o criou completará 50 anos em novembro, vai evoluir este ano para a modalidade eletrônica, com serviço pré-pago em cartão de crédito/débito. É o que revelou o novo diretor de sistema viário da BHTrans, José Carlos Mendanha Ladeira, para quem o futuro sistema ajudará no combate a uma nova estratégia usada em conluio por flanelinhas e motoristas que burlam o pagamento do faixa azul e transformam vagas em vias públicas em espaços privados.


Os infratores, agora, recorrem a grupos de WhatsApp para que guardadores de carros avisem aos condutores da chegada do agente de trânsito. O alerta possibilita a motoristas que trabalham ou estudam na região chegar aos veículos a tempo de preencher o faixa azul. Em contrapartida ao aviso e à reserva das vagas, desembolsam uma espécie de mensalidade aos flanelinhas, cujo valor oscila de acordo com os bairros.

Deixar de pagar o faixa azul é infração grave, que rende ao motorista cinco pontos na carteira nacional de habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23. De janeiro a dezembro do ano passado, a Guarda Municipal autuou 29.650 infratores. O conluio entre flanelinhas e condutores ocorre em bairros como a Savassi, onde boa parte dos quarteirões permite a parada por até duas horas. “A folha do rotativo custa R$ 4,10 e a mensalidade no estacionamento privado está em quase R$ 300. Faço parte de um ‘zap’ que me avisa da chegada da Guarda Municipal, da PM ou da BHTrans”, confidencia um jovem.

“Como pretendemos resolver isso? Com o estacionamento rotativo eletrônico, que está na pauta deste ano, de 2017”, disse o diretor da BHTrans. O sistema está em desenvolvimento.

OPERAÇÃO
A previsão é que funcione da seguinte forma: o motorista baixará um aplicativo no smartphone, credenciará a placa do carro no programa, comprará créditos por meio da operadora de cartão e, ao parar num quarteirão, fará o login. O sistema, então, identificará o horário em que o veículo foi estacionado, fechando o cerco a quem burla o faixa azul em papel.

“O programa identificará quanto tempo o carro pode ficar lá. Vamos supor que o limite no quarteirão seja de uma hora e, depois, a pessoa vá para outro em que o prazo máximo é de cinco horas. Ela logará no sistema com o mesmo cartão que já usou no anterior. Não pagará nada a mais”, informou José Carlos. Desta forma, destacou, a modalidade eletrônica manterá a rotatividade do sistema.

Aliás, ele faz questão de enfatizar que a BHTrans não abre mão da rotatividade do serviço. “(O faixa azul), além de arrecadar uma fração de dinheiro revertida para o sistema de trânsito, tem como objetivo multiplicar as vagas físicas, multiplicar as oportunidades de estacionamento”. Atualmente, a capital conta com 21.365 vagas físicas, as quais geram, nas contas da BHTrans, 99.860 oportunidades de estacionamento.

E como será a fiscalização? Algum agente de trânsito digitará as placas dos veículos num equipamento, o qual informará on-line quais automóveis estão logados no rotativo eletrônico. Os que não tiverem serão multados com ajuda do próprio aparelho. O equipamento está sendo desenvolvido e, quando aprovado, deverá passar pelo crivo do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Como vai funcionar

» O motorista baixa um aplicativo no smartphone

» Compra créditos

» Registra a placa no sistema

» O programa registra o horário do estacionamento

» A fiscalização também será eletrônica

Saiba mais
Sistema implantado há mais de 40 anos


O estacionamento rotativo pago em Belo Horizonte foi criado pela Lei 1.410, aprovada em novembro de 1967 e regulamentada seis anos depois pelo Decreto 2.388. Mas o serviço só saiu do papel em 1976. Em 2008, os motoristas passaram a ter um tempo extra, de 30 minutos, em cada folha do faixa azul. A meia hora deve ser usada em outro dia da semana ou, no caso de o condutor aproveitá-la na mesma data, deverá ser em outro local, em obediência ao conceito da rotatividade. Há 10 anos, havia 13.563 vagas físicas. Atualmente, 21.365. (PHL)


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