Após aprimorar os métodos de criação de serpentes, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio do Serviço de Animais Peçonhentos (SAP), propiciou a eclosão de quatro ovos de corais verdadeiras. A serpente mãe foi recebida do município de Lagoa Santa e já chegou fecundada na Fundação. Ela passou por triagem, para identificação da espécie, e foi encaminhada à quarentena.
Quando a cobra fez a postura dos ovos, os profissionais do SAP montaram uma incubadora para que eles pudessem se desenvolver. "Monitoramos constantemente a temperatura, a umidade da caixa e a ventilação, prevenindo o surgimento de fungos, que podem inviabilizar o desenvolvimento dos embriões", esclarece Rômulo Toledo, chefe do SAP.
A intenção do órgão é que estas corais possam contribuir na produção do soro antielapídico, produzido na Funed e utilizado para o tratamento em casos de acidentes com picadas.
ANOMALIA
Uma das eclosões revelou uma serpente com duas cabeças, que morreu pouco depois do nascimento. Segundo Rômulo, isso pode ser justificado por uma anomalia congênita. De acordo com o SAP, apesar da ser algo incomum, é possível que uma serpente sobreviva nessas condições. Rômulo afirma que uma má formação dos órgãos pode ter ocasionado a morte da serpente. "Apenas a cabeça bifurcada externou a anomalia. Pode ser que isso tenha continuidade na parte interna do animal, impossibilitando a sobrevida".
A Coral de duas cabeças será fixada em formol para exposição ao público e possíveis estudos.