PF indicia homem que usou mãe com Alzheimer em fraude para porte de armas

Segundo a Polícia Federal, ao ter o porte de outras duas armas negado, ele tentou passar as que já tinha para o nome da idosa

Estado de Minas
Um homem foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por ter usado a mãe, uma idosa de 78 anos, com Alzheimer, em uma fraude para conseguir porte de armas Em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de MInas.
Outras três pessoas envolvidas no esquema também foram indiciadas. O inquérito foi instaurado em março de 2015 e investigou crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e tentativa de estelionato qualificado.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Segundo a Polícia Federal, o homem já possuía um revólver calibre 38 e uma arma longa. Ele queria adquirir mais duas armas, mas sua pretenção foi negada pela PF porque a justificativa apresentada por ele (defesa pessoal), já era garantida pelas armas que ele possuía anteriormente.

Conforme a polícia, para tentar o porte das outras armas, o suspeito teria simulado a transferência do revólver e da arma longa para sua mãe. Para tanto, ele teria contado com a participação de um despachante, de uma psicóloga credenciada junto à PF e de um instrutor de tiro também credenciado junto à PF.
A corporação explica que para que uma pessoa possa adquirir uma arma de fogo de uso permitido, a lei determina que o interessado comprove capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio do armamento.

A polícia diz que cada um deles teria desempenhado um papel na simulação, com a produção de procuração, laudo de avaliação psicológica e dois laudos de capacitação técnica de tiro falsos.

O que chamou a atenção dos policiais federais foi o fato de uma idosa de 78 anos ter alcançado supostos índices de 100% de aproveitamento no teste prático, tanto para o revólver quanto para a arma longa, e de 90% de aproveitamento no teste teórico, também em ambas as armas, o que é atípico mesmo entre atiradores experientes. Conforme a PM, segundo suas alegações,  a idosa nunca teria realizado prova prática de tiro nem teria conhecimento de quem era o despachante que se dizia seu procurador.

O inquérito será encaminhado à Justiça. Se condenados, o filho da idosa poderá cumprir até nove anos de prisão, o despachantea até seis anos, e a psicóloga e o instrutor de tiro, três anos, além de perderem o credenciamento junto à Polícia Federal..