Confirmada morte de mineiro por febre amarela no Distrito Federal

Trata-se de um homem de 40 anos, oriundo de Januária, Norte de Minas Gerais. Pedreiro, ele foi visitar um irmão que mora no Distrito Federal

Otávio Augusto João Henrique do Vale
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou, na tarde desta quinta-feira (19), a primeira morte em Brasília por febre amarela em 2017.
Trata-se de um homem de 40 anos, oriundo de Januária, Norte de Minas Gerais. Pedreiro, ele foi visitar um irmão que mora no DF. Viajou de ônibus e chegou na segunda-feira (16). Após se sentir mal, o paciente procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião. Morreu nesta quarta-feira (18).

A morte foi confirmada pelo Laboratório Central (Lacen), na manhã desta quinta-feira. O subsecretario de Vigilância à Saude do DF, Tiago Coelho, informou que o monitoramento dos locais onde o paciente que morreu passou está sendo realizado. Por exemplo, no povoado Café sem Troco, área rural do Paranoá e em São Sebastião.
"Estamos acompanhando o caso", frisou.

De acordo com o Ministério da Saúde, a morte do mineiro não está entre as oito confirmadas nessa quarta-feira. Os exames realizados nos pacientes que deram positivo para o vírus da febre amarela, foram analisados pelo Instituto Evandro Chagas e Adolfo Lutz, que são vinculados ao órgão. Já a análise que confirmou a doença no morador de Januária foi feito pelo Laboratório Central do Distrito Federal.

Das oito pessoas que tiveram confirmação do Ministério da Saúde por febre amarela em Minas Gerais, em quatro foram analisados as situações epidemiológicas dos pacientes, que indica se ele visitou área de risco, se era vacinado, se tinha sintomas ou não, que também deram resultado positivo. Agora, será feita uma apuração se a morte foi pelo vírus silvestre ou pelo vírus vacinal. Em relação aos outros quatro casos, que já deram positivo para o vírus da febre amarela, o Ministério da Saúde afirma que ainda será realizada a investigação epidemiológica de cada morador.

Vacinação

O secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, ressaltou a importância da imunização contra a doença. Segundo projeções da pasta, em 2016, 95% da população foi vacinada. Este ano, mais de 5 mil pessoas foram imunizadas. "Nossa equipe já esteve no local onde este homem estava. Vamos fazer a cobertura vacinal em um raio de 30km", detalhou Fonseca.

Segundo a Secretaria de Saúde, há em estoque atualmente 10 mil doses da vacina. "Estamos em um momento de tranquilo, apesar desse caso.
Estamos tomando todas as medidas para enfrentar essa doença e evitar um surto", destaca Fonseca. Apesar de não haver um grande volume de doentes, o vírus está em circulação no DF. Em 2016, a Secretaria de Saúde recolheu pelo menos oito macacos mortos com a doença. Os óbitos aconteceram no Jardim Botânico, no Lago Sul e na Candangolândia.

Nos últimos 10 anos, 245 pessoas tiveram febre amarela no DF — recuo de 8,5% em relação à década anterior, quando ocorreram 268 infecções. No mesmo recorte de tempo, a vacina ficou mais popular. Cerca de 2,4 milhões de habitantes receberam doses do imunobiológico entre 1997 e 2006. O número subiu para 2,8 milhões entre 2007 e 2016. Alta de 15%. A vacina está disponível, segundo a Secretaria de Saúde, em todas as salas de imunização. Em 2016, foram enviadas 286 mil doses para o DF.
O último repasse do Ministério da Saúde para a capital ocorreu neste mês e conta com 25 mil doses.

Até outubro do ano passado, a adesão da vacina atingiu 81,9% da população, segundo dados preliminares. Mais de 190 mil pessoas receberam doses da vacina. Em 2015, houve, pela primeira vez, aumento do mal no DF desde o surto de 2007. Ocorreram 38 notificações. Em 2016, foram registradas 24. O DF faz parte da zona de 19 unidades da federação que compõem a Área com Recomendação para Vacinação (ACRV). Goiás registrou, em 10 anos, 33 casos e 23 mortes por febre amarela.

Macacos mortos

Em 2015, a Secretaria de Saúde recolheu 96 macacos mortos em todo DF, sendo que oito estavam com febre amarela. No ano passado, 53 primatas morreram. Destes, cinco estavam com a doença. Ainda estão em investigação 24 casos semelhantes. Em 2017 ainda não houve notificação de óbitos. A morte de primatas é um alerta para a circulação do vírus. "Todo primata encontrado morto passa por análise. Essa é a forma que temos de monitorar o vírus e controlar a doença", explica Tiago Coelho. A pasta recolheu macacos mortos em Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Sul e Jardim Botânico..