Embora descarte epidemia, Said afirma que a probabilidade de mais confirmações e a grande abrangência da área com registro da doença (29 cidades) já fazem do atual surto o pior do estado. “O surto já está confirmado como o maior de Minas. Estamos em estado de alerta e adotando todas as medidas para evitar novos casos”, disse o subsecretário. Ele sustentou, no entanto, que “no momento, a situação está sob controle e o surto é localizado.”
As mortes ocorreram em municípios do Leste de Minas, região afetada pelo surto. A lista inclui Ladainha (7), Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1) e Teófilo Otoni (1). Todos os mortos são homens, 95% moradores da zona rural dessas cidades, a maioria lavradores.
Dos 23 óbitos, oito já haviam sido confirmados na quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
O caso ainda será investigado e preocupa autoridades de saúde, sobretudo porque há suspeita de que a doença tenha sido contraída no Norte do estado, que está fora da área de alerta. Entre as medidas anunciadas ontem para reforçar o combate à doença, a Secretaria de Estado de Saúde incluiu o reforço na vacinação – ontem, 80 mil doses foram transportadas em helicóptero da Polícia Civil de Belo Horizonte para Diamantina e Pedra Azul.
Durante a divulgação do novo boletim, a SES anunciou mudança na classificação das notificações. Antes, havia casos e mortes tratados como suspeitos e prováveis (quando havia um exame preliminar indicando febre amarela). Agora, haverá apenas dois tipos de classificação: notificados e confirmados. A decisão foi tomada após reunião entre técnicos da SES e do Ministério da Saúde. Com a nova metodologia, o balanço da febre amarela indica 206 casos, dos quais 34 já estão confirmados, e 54 mortes notificadas. Destas, 23 com comprovação de que foram causadas por febre amarela.
Para confirmação dos 23 óbitos, a SES levou em consideração cinco quesitos: exame laboratorial reagente para febre amarela; exame laboratorial não reagente para dengue; o histórico vacinal do paciente (se não vacinado ou com vacinação ignorada), além de sinais e sintomas (três ou mais sinais compatíveis) e exames complementares (dois ou mais com alteração – disfunção renal/hepática).
HISTÓRICO Antes do atual surto, Minas registrou grande número de casos de febre amarela entre 2001 e 2003. Em 2001, no Centro-Oeste mineiro, houve registro de 32 casos de febre amarela, com 16 óbitos. A crise abrangeu 12 municípios da região. Já em dezembro de 2002, iniciou-se a epidemia do Alto Jequitinhonha, onde seis municípios foram afetados. A epidemia resultou em 64 casos confirmados do tipo silvestre da doença, com 23 óbitos.
Apesar de mais casos confirmados e o número de mortes ser o mesmo de agora, a SES esclarece que a área de abrangência do atual surto é maior, com possibilidade de confirmação de mais casos.
BALANÇO
206
É o número de casos notificados
34
É o total que casos já confirmados
54
São as mortes notificadas
23
Total de óbitos já confirmados