Minas Gerais segue sofrendo por causa do pior surto de febre amarela de sua história. O número de mortes confirmadas pela doença já chega a 25, o mais alto já registrado no Estado. Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgados na tarde desta sexta-feira, mostram um aumento de dois óbitos em relação ao último boletim divulgado nessa quinta-feira. E a situação pode ser ainda pior, pois há 71 mortes sendo investigadas.
As mortes confirmadas por febre amarela ocorreram nos municípios de Ladainha (8), Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1), Teófilo Otoni (1), Ubaporanga (1).
Em reunião entre técnicos da SES e do Ministério da Saúde, foi decidido adotar critérios de casos notificados e confirmados. Com isso, foi retirada a classificação de casos "prováveis" adotada até então, quando o paciente tinha passado por exames preliminares que confirmavam a doença. Com base nisso, foi feita uma reavaliação dos casos e também dos óbitos de acordo com cinco novos parâmetros. São eles: exame laboratorial detectável para febre amarela; exame laboratorial não detectável para dengue; histórico vacinal (não vacinado/vacinação ignorada); sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso; e exames complementares que caracterizam disfunção renal/hepática.
Parques fechados
Por causa do surto de febre amarela, dois parques estaduais foram fechados por tempo indeterminado. A restrição de visitação acontece nos Parques Estaduais do Rio Doce e Serra do Brigadeiro. As duas áreas verdes ficam em regiões onde há registro de casos da doença. A medida, segundo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), foi tomada depois de uma solicitação da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
O Parque Estadual do Rio Doce está localizado entre os municípios de Timóteo, Marliéria e Dionísio. Já a Serra do Brigadeiro fica nas regiões de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. “As UCs são as principais a receber visitação pública da região diretamente afetada pelo surto de Febre Amarela que se acomete sobre o Estado. A intenção do Sisema é, dessa forma, preservar visitantes e funcionários de um possível contato com o vírus, que é transmitido pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes em ambiente silvestre e, em ambiente urbano, pelo Aedes aegypti”, informou em nota o Sisema. De acordo com o órgão, as Unidades de Conservação retomarão suas atividades normais tão logo a situação seja devidamente contornada na região.