A diretora de economia criativa da Belotur, Marah Costa, disse que o encontro de ontem foi o primeiro de muitos para discutir como gerar renda a partir do carnaval da capital mineira. “Queremos um projeto de carnaval mais duradouro, atuando em diversas frentes que podem gerar economia própria – e sem perder o caráter espontâneo da festa belo-horizontina”, afirma. “Em termos de logística e estrutura, a Belotur já vem trabalhando há cinco anos. Agora a ideia é aprimorar”, completou.
Durante a reunião foi apresentada proposta de os blocos “adotarem” monumentos da capital mineira para enfeitá-los durante a festa, com orientação do artista plástico mineiro Leo Piló, por meio de oficinas. As “fantasias” deverão seguir um conceito reciclável, usando retalhos de roupa para colorir a capital mineira.
Se de tarde ocorreu o primeiro encontro com os blocos, de manhã foi o último dia para os ambulantes – vendedores de água, cerveja, refrigerantes, salgados e outros produtos – fazerem o cadastramento para trabalhar nas ruas e praças durante o carnaval. As filas dobraram o quarteirão nas proximidades da unidade do BH Resolve, na Avenida Santos Dumont esquina com Rua Rio de Janeiro, no Centro da cidade.
De acordo com a Belotur, o número de cadastrados será divulgado hoje, mas o certo é que, desde o dia 16, quando começou o cadastramento, mais de 4 mil pessoas preencheram a ficha de inscrição, apresentando documentos, para ter direito à credencial. No último dia, teve gente, a exemplo de desempregados, aposentados que recebem um salário mínimo e outros sem ocupação, que madrugou para se cadastrar logo cedo. Alguns chegaram a dormir na fila. O aposentado Sebastião Coelho disse que a atividade durante a folia é uma forma de complementar a renda. “Se estou aqui é porque estou desempregado”, contou um homem que preferiu não se identificar. Já uma aposentada disse que é preciso trabalhar para ajudar em casa e que o carnaval é ótima oportunidade para ganhar um dinheiro extra.
MAMA ÁFRICA A abertura do carnaval da capital será no ritmo africano. Batizado de Kandandu, haverá o grande encontro de Blocos Afro de Belo Horizonte, no palco fixo da Praça Rui Barbosa (Estação), em 24 de fevereiro (sexta-feira) às 19h. Seis blocos da cultura afro da cidade vão se reunir em uma grande celebração, levantando as bandeiras contra a homofobia, que é o tema do encontro de 2017.
Kandandu, que significa “abraço” em Kimbundu (língua africana), chega, de acordo com os organizadores, com um protagonismo diferente, tendo a igualdade racial como ponto de partida para aquele que já é um dos maiores carnavais do país. Já confirmaram presença Afoxé Bandarerê, Angola Jânga, Magia Negra, Fala Tambor, Samba da Meia-Noite, Tambolelê, entre outros. A expectativa é de que cerca de 20 mil pessoas compareçam à festa de abertura.
“As populações negras têm importantíssimo papel na configuração da volta do carnaval de BH para as ruas da cidade.
SERVIÇO
Kandandu – Encontro de Blocos Afro no carnaval de BH
Sexta-feira, 24 de fevereiro, às 19h – Abertura do Carnaval
Palco oficial da Praça da Estação, no Centro de BH
. Kandandu – Encontro de Blocos Afro no carnaval de BH
Sexta-feira, 24 de fevereiro, às 19h – Abertura do Carnaval
Palco oficial da Praça da Estação, no Centro de BH