Após denúncia de uma possível vítima de um golpe imobiliário, a Polícia Civil passou a investigar Alan, que estaria morando em um flat de luxo na região do condomínio Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH.
Segundo as investigações, o preso teria coletado fotos de um imóvel que está anunciado na internet e criou um novo anúncio fictício nas redes sociais, em que pedia um adiantamento pela locação. Após o depósito-calção, feito por transação eletrônica, Alan não atendia mais as ligações e, às vezes, até trocava o número.
Durante operação, os agentes acompanharam uma negociação entre a vítima e o suspeito, que foi preso com R$350. Ao ser interrogado, ele apresentou a versão de que o imóvel, um sítio de alto padrão na região de Esmeraldas, pertencia à sua família.
A polícia apurou então que a conta bancária seria de outra vítima de estelionato e que também fora enganada quando o suspeito sublocou um imóvel próximo ao Bairro São Bento, na capital mineira. "Os estelionatários têm um discurso convincente, ganhando as vítimas na lábia", comentou o delegado resonsável pelo caso, Arley Bahia.
Chupa-cabra
Segundo as investigações policiais, Charley Clovis Santos e Deyse Vieira Costa foram responsáveis por mais de 50 golpes em 2016. Ao todo, estima-se um prejuízo de mais de R$ 100 mil. Durante aproximadamente cinco meses eles aplicaram os golpes e eram apelidados de "casal 20".
O esquema consistia em quatro etapas: a instalação do dispositivo chupa-cabra; aplicação do golpe; obtenção de dados dos clientes e saque dos valores nas contas das vítimas. Para a instalação do dispositivo, os suspeitos procuravam caixas eletrônicos sem biometria, preenchendo-os com papéis.
Em seguida, o chupa-cabra era instalado nos leitores de cartão, onde também eram fixadas as etiquetas adesivas contendo números de telefones falsos para que a vítima ligasse e solicitasse o bloqueio do cartão. O chupa-cabra impede que o cartão entre por completo no leitor, fazendo com que o terminal trave o cartão na máquina.
Assim, a máquina aponta defeito no cartão e a vítima fica impossibilitada de retirá-lo. Uma vez instalado o dispositivo, os suspeitos aguardavam a vítima, preferencialmente idosos. Assim que o cartão era retido, um suspeito se aproximava e orientava a ligar para o número de telefone falso afixado no terminal.
Quando a vítima ligava, era atendida por um cúmplice dos suspeitos, que solicitava todos os dados da vítima, inclusive senha bancária. Após o repasse dos dados, a vítima era levada a se retirar e informada de que um funcionário faria a remoção. Nesse momento, os suspeitos na agência retiravam o chupa-cabra e conseguiam o cartão.
De posse do cartão e dados da vítima, os investigados realizavam saques e compras rápidas com cartões em crédito ou débito. Com os presos, a polícia apreendeu diversos cartões, dispositivos e etiquetas utilizadas nos golpes. .