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Estado de Minas

Tucano é recolhido em cozinha de apartamento em Montes Claros

O animal foi levado para o centro de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na cidade


postado em 27/01/2017 17:37 / atualizado em 28/01/2017 16:11

O animal foi capturado pelo corpo de bombeiros(foto: Mônica Duraes/Divulgação)
O animal foi capturado pelo corpo de bombeiros (foto: Mônica Duraes/Divulgação)

Um tucano entrou em um apartamento no bairro Morada do Sol, em Montes Claros, na Região Norte de Minas na tarde desta sexta-feira. A dona do imóvel,a professora Sheila Pereira, chamou o Corpo de Bombeiros, que capturou o animal e o levou para o centro de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na cidade. A ave será solta na natureza novamente.

A dona do apartamento acha que o tucano pode ser oriundo de um cativeiro. Por outro lado, o ambientalista Eduardo Gomes lembra que ultimamente, por conta do desequilibrio ecológico, consequência do desmatamento e outros danos causados à natureza, aumentou a migração de aves e animais silvestres para a área urbana, alertando que isso representa risco de transmissão de doenças, entre elas, a febre amarela, da qual Minas Gerais enfrenta o maior surto da história, atualmente.

O tucano entrou por uma janela e foi parar na cozinha do apartamento, situado no segundo pavimento de um prédio. A professora Sheila Pereira disse que a ave foi alimentada com banana e não se mostrou assustada. Por isso, ela acredita que o animal pode ter fugido de algum criatório em cativeiro.

Por sua vez, o ambientalista Eduardo Gomes, diretor da Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Grande Sertão, lembra que, ultimamente, em virtude do desequilibrio da natureza, provocado pelo desmatamento e outros impactos ambientais, intensificou a migração de várias espécies de aves e animais silvestres em direção as áreas urbanas a procura de alimento e água. Gomes alerta que esta migração pode favorecer a proliferação de doenças, citando a febre amarela e Leishmaniose Visceral (Calazar).

“Os animais silvestres que vão para a área urbana podem transmitir doenças para os animais domésticos, que são menos resistentes e, assim, podem transmitir a doenças para o homem”, observa Gomes. No caso da febre amarela, ele salienta que se um macaco contaminado migrar para a cidade, ele pode ser picado pelo mosquito Aedes aegypti e transmitir febre amarela na área urbana, onde não se registra a circulação do vírus da doença no Brasil há mais de 70 anos.

Ele cita também o caso das capivaras que se reproduzem na região da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, lembrando que a espécie é hospedeira do carrapato-estrela, transmissor da bactéria que causa a febre maculosa. A questão gera polêmica. Por causa dos riscos para a saúde da população, já houve até uma decisão em caráter liminar, concedida em outubro de 2016 pelo desembargador Souza Prudente,,do Tribunal Regional Federal (TRF), de Brasília, determinando que a Prefeitura de BH recolha e isole as capivaras da Pampulha, em atendimento a ação movida pela Associação Pró-Interesse do Bairro Bandeirantes, na Pampulha.

Eduardo Gomes ressalta que ele já testemunhou vários tipos de aves silvestres encontradas na área urbana, entre as quais citou o bem-te-vi, o alma de gato, a coruja, e o sofreu (também conhecido por corrupião), além do tucano. “O desmatamento, o reflorestamento, a atividade agropecuária e outros impactos provocam um descontrole na natureza. Com isso, os animais e pássaros silvestres estão migrando em direção área urbana em busca de alimento e água”, afirma o ambientalista. “Há uns 10 ou 20 anos, a gente via na cidade somente pardais e, as vezes, o urubu, perto de lixões. Hoje, encontramos diversos tipos de aves na área urbana”, completa.


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