As autoridades de saúde estaduais fizeram uma ressalva no boletim, informando que a alta inclui pacientes com início de sintomas durante todo o período de investigação, não apenas nos últimos três dias. Segundo a SES, a maioria dos casos suspeitos teve início dos sintomas entre os dias 8 e 14 deste mês. Apesar disso, a situação é considerada crítica na avaliação do presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano. “Estamos preocupados com uma possível ampliação do surto em nosso estado, para mais locais e mais pessoas. Ainda não alcançamos uma estabilização da doença e temos que esperar os dados dos próximos dias para termos uma certeza maior sobre a evolução do surto e sobre a eficácia das medidas de controle”, afirma.
Entre os óbitos confirmados em Minas, 90% são de homens, com idade média de 43 anos, a grande maioria moradores da zona rural dos municípios afetados.
Sobre a investigação de casos e mortes registradas em outros estados (Bahia, Espírito Santo, Goias, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal) que têm Minas Gerais como local provável de infecção, a Secretaria da Saúde mineira explicou que o trabalho exige análise epidemiológica mais aprofundada, incluindo a avaliação de dados como a data de início dos sintomas, o histórico de deslocamento, entre outros aspectos, o que vem sendo executado pelas equipes de saúde municipais, com apoio da pasta e do Ministério da Saúde.
No boletim de ontem, a SES informou que o aumento significativo no número de notificações (46,5%) em relação ao boletim anterior se deve à atualização de dados, que incluem pacientes que tiveram início dos sintomas durante todo o período de levantamento. “Desse modo, a atualização não reflete o aumento no número de casos apenas nos últimos dias”, divulgou. Até ontem, a SES informou que foram distribuídas no estado 3,3 milhões de doses de vacina contra a febre amarela para atender áreas selecionadas para a intensificação vacinal e para a imunização de rotina. Já foi aplicado 1,5 milhão de doses, sendo 990 mil nos municípios com surto. A secretaria também está providenciando a abertura de mais 154 leitos para atendimento de casos da doença, 110 deles clínicos, 30 de UTI e 14 semi-intensivos.
MORTE DE MACACOS Técnicos do Ibama vão visitar os municípios de Teófilo Otoni e Ladainha, no Vale do Mucuri, para apurar denúncia feita no escritório do órgão em Brasília de que macacos estão sendo mortos pela população dessas cidades. A equipe, composta pelo chefe do Centro de Triagem de Animais Silvestres e um engenheiro florestal do órgão em BH, além de um funcionário da unidade em Governador Valadares, viaja hoje para Teófilo Otoni e na quinta-feira se desloca para Ladainha. Até sexta-feira, os funcionários vão conversar com representantes da Polícia Ambiental e a Secretaria Municipal de Saúde das cidades.
O Ibama informou que está acompanhando o aparecimento de macacos mortos no estado e que, até agora, não houve registro de nenhum caso em que a morte do animal tenha sido causada pela febre amarela. Segundo o órgão, o denunciante informou que as mortes estariam sendo provocadas por medo das pessoas em relação à transmissão da doença. Além de checar a informação sobre o crime ambiental, os técnicos farão um trabalho de esclarecimento sobre o ciclo da doença, já que os macacos são vítimas e não causadores, pois, assim como o ser humano, são hospedeiros do vírus.e acordo com a SES, foram confirmadas mortes de macacos em 26 municípios dos 49 onde esse tipo de episódio vem sendo investigado.