A onda de ataques a ônibus em Belo Horizonte assusta usuários, moradores e coloca em risco a vida dos empregados que trabalham nos veículos.
A primeira ocorrência de Venda Nova foi logo no início da manhã. Por volta das 6h14, um um veículo da linha 641 (Estação Vilarinho/Serra Verde) estava parado no ponto final, localizado na Avenida Leontino Francisco Alves, no Bairro Serra Verde, quando os criminosos chegaram.
O outro criminoso ordenou que ela pegasse os pertences pessoais dela e do motorista e descesse do veículo. Em seguida, jogou o líquido que estava em um segundo galão no piso e nas poltronas da frente e ateou fogo. Os dois fugiram e entraram em um veículo. O Corpo de Bombeiros foi acionado e ajudou a conter as chamas.
Segundo a PM, enquanto os militares aguardavam os trabalhos da perícia, um novo ataque foi registrado na Avenida Salamanca, no Bairro Minascaixa. Segundo o condutor, vários homens deram ordem para ele descer do ônibus e depois atearam fogo. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para conter as chamas.
Durante as buscas pelo bairro, os policiais identificaram cinco pessoas correndo das viaturas com galões nas mãos. Os primeiros a serem detidos foram três adolescentes, dois de 16 e um de 15 anos. Depois, foi encontrado Lincoln Alexander do Carmo, de 18, que chegou a pular o muro de uma casa. Além dele, Hebert Pinheiro da Sialva, de 19, e Nilson Miguel dos Santos Junior, de 31, foram levados para a delegacia, assim como mais dois menores.
Segundo a PM, na delegacia eles afirmaram que os ataques estão relacionados com a morte de um colega, identificado como Emerson, vulgo Coisa Ruim, durante uma operação da Polícia Militar no Morro do Borel, em Venda Nova. Comerciantes também relataram que foram ameaçados e pressionados a fechar as portas dos estabelecimentos.
Barreiro
O primeiro caso desta sexta-feira foi registrado por volta da 0h20 na Rua Elvira Vianna Doti, no Bairro Solar do Barreiro.
Ataques em BH
Somente neste ano, foram registrados seis ataques a ônibus. Os primeiros ocorreram até 4 de janeiro, mas, segundo a PM, não tinham ligação entre si. De acordo com o SetraBH, oito veículos foram destruídos em 2016, nove em 2015, oito em 2014, seis em 2013, três em 2012, seis em 2011 e três em 2010. “Os atos de vandalismo prejudicam os usuários das linhas com a redução forçada temporária de veículos em circulação. Nos cálculos do sindicato, um veículo queimado ou depredado deixa de atender, em média, cerca de 500 usuários por dia útil”, afirmou por meio de nota.
RB
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