Menor detido por assalto a ônibus na Raja não demostra arrependimento; advogada morreu

Segundo a PM, adolescente de 16 anos já tem pelo menos outras quatro passagens pela polícia. Os outros envolvidos também são menores de idade e estão sendo procurados

Valquiria Lopes Cristiane Silva
Major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM, e o cabo Wesley Pedrosa, que participou da apreensão do adolescente - Foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press
O adolescente de 16 anos apreendido neste sábado suspeito de envolvimento no assalto a ônibus que terminou com a morte da advogada Luiza Drumond Reis, de 26 anos, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, não demostrou arrependimento, segundo a Polícia Militar (PM). Luiza estava em um coletivo da linha 4110 (Dom Cabral/Belvedere), na noite de terça-feira, e caiu do veículo em movimento durante a ação dos assaltantes, todos menores de idade.

De acordo com o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, a apreensão do adolescente se deu durante uma operação em três etapas. Desde o dia do assalto ao ônibus, a corporação desencadeou uma série de operações contra roubos a coletivos na tentativa de identificar a autoria.

O menor foi identificado por meio de imagens de câmeras de segurança de coletivos e depoimentos de pessoas envolvidas nas ocorrência. Por meio dessa apuração, a PM descobriu que o suspeito também estava envolvido em um assalto em data anterior, 20 de janeiro, também na Raja Gabaglia. Ele agiu com o mesmo modus operandi: embarcando no coletivo no ponto do BH Shopping, rendendo as vítimas na Raja e desembarcando na altura da Vila Querosene. Depois da investigação, foi feita a segunda etapa: o pedido de um mandado de busca e apreensão.

A terceira fase da operação foi a captura do adolescente, na manhã de hoje.
Conforme o cabo Wesley Pedrosa, da 124ª Companhia do 22º Batalhão, da equipe que capturou o suspeito, ele foi encontrado por volta das 10h na rua principal do Morro do Papagaio, onde mora. Ele estava indo direção à casa dele e não resistiu à apreensão.

De acordo com o cabo, ao adolescente confessou o crime e contou aos policiais que, no dia do assalto, ele estava recolhendo os pertences das vítimas, enquanto os outros dois “apavoravam os passageiros”. O menor disse que uma das portas do coletivo se abriu, houve um empurra-empurra, e que a advogada caiu naquele momento. Ainda conforme o policial, o suspeito contou que não sabia da morte de Luiza até ver pela televisão. No entanto, questionado pela polícia sobre a morte, ele não demonstrou arrependimento.

Os PMs informaram que o adolescente já tem pelo menos outras quatro passagens pela polícia, por roubo e tráfico de drogas. Os outros dois envolvidos já foram identificados e a corporaçaõ segue nas buscas. O menor apreendido foi levado para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia-BH). .