Apesar da avaliação otimista das autoridades de saúde, que acreditam numa estabilização do surto de febre amarela por causa da queda no número de internações e da redução de novos registros da doença em Minas Gerais, a quantidade de notificações e de mortes continua subindo. O estado bateu, mais uma vez, recorde nacional dos óbitos provocados pela enfermidade desde 1980, último dado disponível no Ministério da Saúde. Em 2000, 40 pessoas morreram durante surto no país. Agora, já são 59 em Minas, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) – quatro a mais na comparação com o relatório publicado no fim da semana passada. Há ainda 138 mortes notificadas.
A SES informou, por meio de nota, que estabilização significa que o comportamento dos dados referentes aos casos mostra que não há novos registros com início de sintomas em períodos mais recentes. Apesar de haver novos registros de um boletim para outro, eles se referem a períodos anteriores. A secretaria ressaltou que a atualização não reflete o aumento no número de casos apenas nos últimos dias e que a maioria daqueles ainda considerados suspeitos teve início dos sintomas na segunda semana do ano (entre 8 e 14 de janeiro). A maioria das vítimas é formada por homens (84,7%), com idade média de 44 anos.
Como mostrou o Estado de Minas anteontem, somente em janeiro, 570 pessoas foram internadas, com sintomas de febre amarela silvestre em hospitais da área afetada pela doença em Minas (média de 18,3 internações por dia). Neste mês, houve queda significativa nas solicitações de internação por febre hemorrágica e febre amarela – média de dois pacientes por dia. Por isso, a secretaria acredita que o surto caminha para a estabilização. A subsecretária de Políticas e Ações de Saúde, Maria Turci, informou que desde 31 de janeiro o Hospital Eduardo de Menezes (em BH) não recebe paciente novo.
Outro indicador apontado pelo governo é o quadro de notificações. Os últimos dados coletados junto aos municípios apontam para redução de novos registros da enfermidade. O subsecretário de Vigilância e Promoção à Saúde, Rodrigo Said, afirmou que todos os dados têm apontado que o pico de transmissão da doença ocorreu entre a segunda e a terceira semanas de 2017.