Assessores da Polícia Civil informaram, ontem, que ainda não identificaram o responsável ou responsáveis pela pichação do paredão lateral do museu, na Rua Antônio Pereira e no qual ficaram marcadas as palavras “patrimônio da humanidade elitista”. O caso está a cargo do delegado Rodrigo Bustamante, que requisitou imagens gravadas por câmeras da redondeza, já que o registro feito pelo equipamento do Museu da Inconfidência não mostra detalhes da ação. Envolvidos no trabalho adiantaram que as investigações caminham bem, com a análise das novas imagens, mas que informam os pontos de filmagem não podem ser revelados.
O secretário de estado da Cultura, Angelo Oswaldo, que foi prefeito de Ouro Preto durante 12 anos, em três mandatos, disse ontem que considera “um absurdo” a pichação do museu, vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e acredita que foi uma ação isolada. “Acho que não será difícil identificar o responsável, pois Ouro Preto não tem histórico de pichação”, disse. O secretário municipal de Cultura, Zaqueu Astoni Moreira, afirmou que prefere o término das investigações para falar sobre o assunto.
Em nota, o presidente do Ibram, Marcelo Araujo, destacou: “É lamentável que manifestações ocorram por meio de atos de vandalismo, com prejuízo para o patrimônio cultural.
LIMPEZA Guardião de um dos episódios mais marcantes da história do país, a Conjuração ou Inconfidência Mineira (1789), que teve Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, como expoente, o Inconfidência é o segundo museu federal mais visitado do país, com 150 mil pessoas/ano, ficando atrás em público apenas do Museu Imperial, de Petrópolis (RJ). O diretor da instituição, Rui Mourão, está interessado em limpar o mais rápido possível o muro lateral. Em entrevista ao Estado de Minas, ele disse que considera o ato uma “cretinice”, certamente obra de “um boçal”. “Chamar este museu de elitista é um absurdo. Está aberto à coletividade e, aos domingos, a entrada é gratuita para os ouro-pretanos”, pontuou..