Chuva põe fim a seca histórica, mas provoca alagamentos e transtornos em Montes Claros

O volume registrado nesta quarta-feira foi de 55 milímetros, o que corresponde a 41% da média histórica pluviométrica de fevereiro no município

Luiz Ribeiro

Assim como outras cidades do Norte de Minas, Montes Claros sofreu com uma das piores estiagens da história nos últimos meses.

Em janeiro, não choveu quase nada na cidade, obrigando a Copasa a fazer racionamento de água. Mas a chuva chegou de uma vez nesta quarta-feira, provocando alagamentos em várias partes da cidade e estragos.

Entre as 3h e as 18h, foram registrados 55 milímetros. O volume de um dia corresponde a 41% da média histórica pluviométrica de fevereiro no município. Os dados são da estação meteorológica da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que fornece as informações para o Sistema Integrado de Dados Ambientais (Sinda) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sediado em São José dos Campos (SP).

De acordo com o professor Renan Laughton, coordenador da unidade da Unimontes, num intervalo de três horas (entre as 15h e as 18h), caíram 35 milímetros de chuva, que provocaram diversos danos, com inundações de casas, ruas e avenidas em diversas partes do município. Ainda segundo Renan, o temporal foi mais intenso durante uma hora (das 15h30 às 16h30).

O Corpo de Bombeiros recebeu 15 chamados, sendo 12 deles para atender casos e inundações em residências.
Não houve vítimas e desabrigados, mas os moradores tiveram prejuízos com as perdas de movéis e eletrodomésticos.

Os bairros mais atingidos foram Antônio Pimenta e Santa Rita. Neste último, uma menina de 9 anos foi arrastada pela enxurrada ladeira abaixo na Avenida dos Militares por cerca de 10 metros. Segundo testemunhas, o corpo dela ficou preso debaixo de um carro que estava estacionado. Populares agiram rápido e resgataram a garota, que sofreu ferimentos leves. O fato foi registrado em vídeo.

Um dos pontos de alagamento foi a Avenida Sanitária, na Região Central da cidade, onde motoristas tiveram dificuldades, já que a água da enxurrada subiu mais de meio metro. Duas agências bancárias situadas na via (do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal) também foram invadidas pela água da chuva, sem vítimas. Funcionários e clientes tiveram que se desdobrar para fugir do alagamento.

 

A água inundou também setores do Hospital Municipal Alpheu de Quadros, situado no Bairro Santo Antônio. Os funcionários tiveram que se esforçar para a retirada lama de dentro do hospital.

O coordenador da Estação Meteorológica da Unimontes disse ainda que nos primeiros oito dias de fevereiro foram registrados 70 milímetros, correspondes a 52% da média histórica para o mês no município. A previsão é que as chuvas continuem na região nos próximos dias.

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