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Estado de Minas

Besouro metálico foi detectado pela Cemig em agosto de 2016

Prefeitura informou que percebeu inseto em novembro do ano passado, mas a companhia de fornecimento de energia já havia registrado uma queda de árvore por esse motivo antes disso


postado em 09/02/2017 06:00 / atualizado em 09/02/2017 07:25

Prefeitura cortou ontem um exemplar de munguba condenado pelo besouro metálico(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Prefeitura cortou ontem um exemplar de munguba condenado pelo besouro metálico (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Diferentemente do que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) informou sobre a identificação dos besouros metálicos gigantes (Euchroma gigantea) que condenaram pelo menos 50 árvores das 1,8 mil que estão sob suspeição na cidade, a presença dos insetos já era conhecida antes de novembro do ano passado.

Uma ocorrência da Cemig registrada em 15 de agosto de 2016 apresentava a infestação desses insetos como causa da queda de uma árvore no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de BH. A munguba estava em frente à Copasa e, ao cair, atingiu três postes e deixou 8.036 consumidores sem energia por até 3h20min. Foi necessária a substituição dos três postes, três vãos de rede de média tensão, três vãos de rede de baixa tensão e uma chave seccionadora.  No relatório de inspeção foi detectada a infestação pelo besouro “e devido às condições do local de plantio e às condições climáticas normais no momento da queda, presume-se que o inseto foi determinante na falha da árvore”, informou o relatório da época.

Ontem, a PBH informou que todas as 50 árvores das espécies munguba e paineira que serão cortadas ou podadas por conta da infestação do besouro metálico estão na Região Centro-Sul de BH. Os exemplares são alvos de uma força-tarefa montada por conta do risco iminente de queda dessas árvores ou de parte delas durante o carnaval, em lugares que são itinerário dos blocos carnavalescos. Em 2017, a prefeitura espera 2,4 milhões de pessoas na festa de Momo da capital mineira, boa parte delas andando atrás dos blocos. As 50 árvores fazem parte de um grupo de 1,8 mil exemplares espalhados por todas as regiões da cidade que estão sendo monitorados pela administração municipal por conta da explosão populacional dos besouros, detectada há cerca de quatro meses.

Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), as ações de poda e supressão que vão afetar os 50 espécimes serão desenvolvidas nos bairros Anchieta, Comiteco, Funcionários, Santo Agostinho, Santo Antônio, Centro e Santa Efigênia. Ontem, o alvo foi uma árvore na Rua dos Otoni, em frente ao número 126, no Santa Efigênia, porém, na parte do bairro que administrativamente pertence à Regional Centro-Sul. O exemplar foi suprimido.

Insetos fazem buracos no tronco das árvores e facilitam a queda dos exemplares(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Insetos fazem buracos no tronco das árvores e facilitam a queda dos exemplares (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)

O coronel Waldir de Figueiredo, que é gerente operacional da Defesa Civil de BH, acompanhou os trabalhos e informou que essa é uma ação preventiva, já que existe um risco de desastre caso um dos exemplares condenados caia em cima de uma multidão durante um desfile de carnaval. “Como os desfiles estarão concentrados na região central de Belo Horizonte, naturalmente será priorizada a intervenção nessas espécies”, afirma o membro da Defesa Civil.

Antes de começar o trabalho, o coronel mostrou os buracos feitos pela larva do besouro no tronco da árvore. A larva do animal escava uma galeria no tronco e nas raízes, enquanto o besouro adulto faz uma galeria de forma ovalada em direção à superfície do solo. O inseto pode medir até oito centímetros de comprimento e tem uma carapaça brilhante. Como as larvas destroem o sistema de raízes, as árvores ficam sem sustentação, caindo facilmente pela ação do vento. Essa situação de vulnerabilidade é uma potencial causadora de desastres no carnaval, já que 2,4 milhões de pessoas são esperadas na festa na capital mineira e a Rua dos Otoni é um dos endereços em que está prevista a passagem de foliões.

O levantamento das 1,8 mil espécimes que estão sendo monitoradas de perto foi possível graças ao inventário das árvores da capital, que mapeou 300 mil dos cerca de 480 mil exemplares de BH. O trabalho, interrompido em 2014 e atualmente sem contrato para continuação, abrangeu as regiões Leste, Oeste, Noroeste, Centro-Sul e parte da Pampulha.


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