O novo pronto-socorro tem consultórios, quatro cadeiras de medicação rápida e dois leitos de observação. O espaço é dedicado à assistência para todas as demandas ginecológicas de urgência, com atendimento diferenciado para as cirúrgicas e integração com o serviço de coloproctologia da rede. O serviço também oferece assistência em gestação de alto risco – a primeira avaliação é feita pelo plantonista, que encaminha a paciente para a equipe do alto risco obstétrico. Já a estrutura para admissão de pacientes conta agora com sete quartos para a futura mãe e familiares. Eles têm equipamentos de monitorização avançada do feto e da mãe, camas mais modernas, banheiro privativo com ducha, ar-condicionado e recursos para cromoterapia.
Ela afirma que o investimento na reestruturação da assistência obstétrica tem em vista a segurança da mulher. Segundo ela, as complicações devem ser atendidas de forma emergencial para que a saúde da mãe e a do recém-nascido não fiquem comprometidas. “Em obstetrícia, as emergências demoram a ocorrer, mas quando ocorrem, temos um tempo muito curto para atendê-las”, diz. Entre outros procedimentos de segurança, a Rede criou o Código Rosa, uma iniciativa pioneira de socorro rápido para emergência obstétrica que coloque em risco a saúde da mulher ou do feto. Acionado o Código Rosa, são cinco minutos para a paciente estar dentro do bloco obstétrico e assistida não só pelo obstetra mas também por neonatologista, anestesiologista, em casos de risco de vida materno ou fetal. As equipes de suporte como as Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) e adulta também dão a retaguarda necessária.
Segundo a médica, o hospital nasceu em 1980 com a filosofia de trazer o máximo possível do ambiente familiar, sem abrir mão da segurança que a estrutura hospitalar oferece. “Desde o início, estimulamos que alguém de confiança da futura mãe acompanhasse o parto e estivesse dentro da sala. Nos idos dos anos 2000, ampliamos o bloco e o conforto para a mãe, com as salas de pré-parto, abrindo ainda mais a participação da família junto da mulher. Em 2004, preocupados com o número de cesarianas, pedimos o corpo clínico para medir sistematicamente a taxa de partos normais e cesáreas e colocamos isso dentro da governança clínica, para avaliar o motivo de tantas cirurgias”, conta.
Em 2014, o Mater Dei aderiu ao projeto Parto Adequado. Idealizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), ele foi implantado com o objetivo de diminuir o número de cesáreas sem indicação médica e aumentar a taxa de parto normal. Cerca de 40 maternidades (sendo quatro públicas e o restante privadas) e 30 operadoras de todo o país integram o programa.
De acordo com a ANS, a taxa de partos vaginais nos 26 hospitais que fizeram parte do grupo piloto, ou seja, que participaram de todas as estratégias adotadas, cresceu em média 76% (16 pontos percentuais), saindo de 21% em 2014 para 37% ao final do projeto, em 2016. Se considerados todos os 35 hospitais que participaram da iniciativa, o crescimento médio foi de 43% ( mais de 10 pontos percentuais), passando de 23,8% para 34%.
Referência na área
O Mater Dei ganhou o prêmio de destaque nacional como o hospital com o maior índice de partos normais (52,5%). Por causa dos resultados e da estrutura dos serviços hospitalares, foi convidado a se tornar um “hospital hub”. Ele vai capacitar outras unidades de saúde do país para terem os mesmos protocolos e as mesmas ordens. A equipe do Parto Adequado do Mater Dei é composta exclusivamente por médicos especialistas nessa área, que passam por programas de treinamento e atualização científica em assistência obstétrica. São 33 médicos que fazem 60% dos partos do hospital, atuando ainda com criação de protocolos, estabelecimento de metas e capacitações.