O primeiro caso de macaco morto pela febre amarela na capital mineira foi noticiado pelo Estado de Minas na edição de sexta-feira. No sábado, o jornal revelou que o corpo do primata foi encontrado no Bairro Copacabana, na Região de Venda Nova. Trata-se de um sagui, que era de um dos bandos que costumam frequentar uma casa na região. A residência onde ele foi encontrado morto e os imóveis em um raio de 200 metros são consideradas as áreas de maior atenção pelas autoridades sanitárias. A equipe de controle de zoonoses já realizou uma operação pente-ano, com visitas para a identificação e eliminação de criadouros e focos do Aedes aegypti, que em ambientes urbanos pode transmitir a doença de uma pessoa contaminada a outra.
Até o momento, entretanto, não houve registros de casos humanos de febre amarela em Belo Horizonte e o estado registrou somente o modo silvestre da doença, em que a contaminação se dá por meio dos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Ambos vivem nas matas e transmitem o vírus da febre amarela de hospedeiros infectados – como macacos – para o homem.
REGIÃO METROPOLITANA O alerta na região metropolitana não se limita a Belo Horizonte. Nos bairros de Petrolândia e Petrovale, em Contagem e Betim, respectivamente, também foram encontrados dois macacos mortos pela febre amarela. Diante da comprovação da contaminação, postos de saúde desses bairros funcionaram normalmente no sábado, levando centenas de pessoas para a fila em busca de vacina contra a doença. A vacinação continua nas duas cidades, seguindo o esquema de funcionamento normal dos postos de saúde.
Em Contagem, que na sexta-feira recebeu reforço de 40 mil doses, além das 75 mil que já haviam sido repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a vacinação foi feita em quatro postos ao longo do dia. Em Betim, os trabalhos se concentraram em um único posto, no bairro onde o macaco morto foi encontrado.
Ainda de acordo com a secretaria, as demais unidades do município permanecem com o funcionamento de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e a imunização é ofertada em 25 Unidades Básicas de Saúde que têm salas de vacinas. O usuário deve procurar a unidade mais próxima de sua casa para receber a dose, caso o esquema vacinal esteja desatualizado.
MORTES Balanço da SES divulgado na sexta-feira, confirma a morte de 68 pessoas por febre amarela em Minas, de um total de 163 óbitos suspeitos. São 987 casos notificados, sendo que 57 foram descartados, 198 confirmados e 732 seguem em investigação.
Duas doses bastam
Atualmente, o esquema de vacinação da febre amarela é de duas doses, tanto para adultos quanto para crianças. Estas devem receber as vacinas aos nove meses e aos quatro anos de idade. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida. Dos seis aos nove meses de idade incompletos, a vacina está indicada somente em situação de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco. Para adultos que não tomaram as doses na infância, a orientação é uma dose da vacina e outra de reforço, 10 anos depois da primeira.
As informações constam de campanha de esclarecimento do Ministério da Saúde lançada na sexta-feira que será veiculada ao longo dos próximos 30 dias. Com o slogan “Informação para todos e vacina para quem precisa”, a campanha será dirigida aos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais e, em um segundo momento, deverá ser estendida a outros estados, alertando que os grupos prioritários são aqueles que vivem ou vão viajar para áreas afetadas pela febre amarela no país, como: Leste de Minas Gerais, Oeste do Espírito Santo, Oeste da Bahia, além do Noroeste do Rio de Janeiro, que está localizado na divisa com áreas que têm registros de casos.
Quem perdeu o cartão de vacinação deve procurar o serviço de saúde que costuma frequentar e tentar resgatar o histórico. Caso isso não seja possível, a recomendação é iniciar o esquema normalmente. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento, destaca o Ministério da Saúde.
Para os viajantes que forem se dirigir a uma área com recomendação de vacina – tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não completaram o esquema de duas doses, a recomendação é que seja vacinado pelo menos 10 dias antes da viagem, que é o tempo que a pessoa leva para criar anticorpos e ficar devidamente protegida. Quem tomou a primeira dose há menos de 10 anos não precisa adiantar o reforço.
Pessoas a partir de cinco anos de idade que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação devem receber a primeira dose da vacina e um reforço, 10 anos depois. Vale destacar que a situação deve ser informada ao profissional de saúde, para que seja possível avaliar se há contraindicação.
A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer, pessoas imunodeprimidas e alérgicas a ovo. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para esses grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.
Outra recomendação é que a vacina para febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo que a vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (que protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
CONTRAINDICAÇÕES DA IMUNIZAÇÃO
» Menores de 6 meses
» Idosos acima dos 60 anos
» Gestantes
» Mulheres que amamentam crianças de até 6 meses
» Pacientes em tratamento de câncer
» Pessoas imunodeprimidas
» Pessoas alérgicas a ovo