Construção de nova passarela no Anel Rodoviário no Bairro São Francisco vai demorar 90 dias

Segundo o DNIT, nenhum edital para a contratação de empresas para erguer a estrutura foi publicado e nem há previsão

Estado de Minas
- Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A. Press
Uma das áreas com maior índice de atropelamentos no Anel Rodoviário, próximo ao Viaduto São Francisco, no bairro de mesmo nome, ficará mais três meses sem passarela para pedestres, segundo informação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), divulgadas nesta segunda-feira. Contudo, nenhum edital para a contratação de empresas para erguer a estrutura foi publicado.

No fim de janeiro deste ano, a passarela metálica foi desmontada, pois a empresa Ferpa Engenharia, responsável pela instalação e manutenção da estrutura há mais de dois anos, não estava em dia com o cadastro, o que acabou impedindo de continuar prestando serviços ao órgão federal. O assunto foi discutido em uma audiência entre o DNIT e os moradores da região nesta segunda-feira. A expectativa da conclusão da montagem da passarela provisória é de 90 dias, segundo o órgão. 

De acordo com a assessoria de imprensa do departamento, não há data marcada para lançar o edital para contratação de empresa para prestar o serviço. Sobre a construção de uma passarela definitiva, o DNIT informou que somente após a implantação de um projeto que prevê a retirada das famílias que ocupam o entorno da via é que será discutido a possibilidade de construí-la. "Quando fizermos a revitalização do Anel, pode ser que a demanda de pedestres diminua na região e não necessite a construção de uma passarela", disse o assessor de imprensa do departamento, Bernardo Castro.

O projeto, uma parceria do DNIT com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), está em fase de análise e, segundo a assessoria, também não há previsão de ser realizado. O grande problema é que entre 2015 e 2016 houve aumento de 75% no número de mortes por atropelamento, passando de oito para 14, e esse trecho é um dos três pontos concentradores desse tipo de acidente no Anel Rodoviário.


Como o local já é considerado de risco havia anos, em 2009 o Ministério Público entrou na Justiça pedindo a construção de uma passarela. Em novembro de 2011, a Justiça obrigou o Dnit a atender A essa solicitação, o que só foi efetivamente feito um ano depois, em novembro de 2012, quando a travessia foi inaugurada. Na ocasião, foi feita uma estrutura de metal provisória, pois o Dnit argumentava que a construção seria desmanchada quando o Anel fosse revitalizado.

A passarela funcionou quase dois anos até ser destruída por um caminhão, em outubro de 2014. O acidente manteve fechada a rodovia por cerca de sete horas, estrangulando o trânsito em outros pontos e praticamente travando o tráfego de Belo Horizonte. Cinco meses depois foi reinaugurada, justamente pela dificuldade burocrática de se estabelecer um novo contrato, mas agora foi desmontada por conta do encerramento do documento..