A secretaria terá 30 dias para apresentar um cronograma para a execução dos compromissos assumidos. E dois anos para implementá-las. O manejo técnico populacional deverá ser feito em cativeiro, atendendo as necessidades das capivaras, que depois serão soltas novamente na lagoa. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Lílian Marotta, explicou que o documento procurou estabelecer diretrizes permeando os interesses dos vários órgãos envolvidos, como saúde e patrimônio cultural. “O grande avanço foi entender que não são as capivaras que causam a febre maculosa, mas os carrapatos.
Foi determinado ainda que os animais fiquem no recinto por no máximo 90 dias, para sofrerem o menos possível e reduzir o risco de mortandade. Será feita laqueadura nas fêmeas e esterilização nos machos. O monitoramento e controle serão feitos nas 85 capivaras que, oficialmente, estão na Pampulha e em novos animais da mesma espécie. O secretário Municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, informou que 90 dias é o tempo necessário para captura, esterilização, recuperação dos animais e soltura. Segundo ele, todos os passos do TAC serão obedecidos, mas o início dos trabalhos é imediato. O dinheiro para a solução dos problemas, R$ 500 mil, já está liberado. “Já compramos o material para construirmos o cercado”, afirmou. A estrutura será construída no Parque Ecológico da Pampulha. Hoje, o secretário se reúne com a equipe técnica para traçar os rumos dos trabalhos.
Outra preocupação de Werneck é a exterminação do carrapato-estrela. “Se não cuidarmos dele, os R$ 500 mil vão para o lixo. É preciso começar a monitorar outros animais e mostrar ao Ministério Público a necessidade de estender isso. Caso contrário, o carrapato vai para o cavalo, o gato, o cão”, diz o secretário. A Secretaria Municipal de Saúde vai contratar equipe para cuidar especialmente do assunto e abrir licitação para escolher a empresa que se ocupará das capivaras.
Junto com a Fundação Zoo-Botânica, terá a obrigação ainda fazer o controle químico da infestação dos carrapatos-estrela nos animais domésticos (cavalos, cães, gatos) e eventuais silvestres, bem como no ambiente (árvores, gramados e edificações sob proteção cultural). Deverá ser dada atenção aos locais de maior frequência e acesso do público, com interdição total ou parcial das áreas infestadas. Capina, poda e retirada dos restos vegetais fazem parte do controle dos parasitas.
O promotor de Defesa as Saúde, Nélio Costa Dutra Júnior também ressaltou a preocupação com o controle dos parasitas. “Os animais que frequentam a orla são o alerta, uma espécie de termômetro. Se recolhe o animal com carrapato, a Vigilância Sanitária tem que ser acionada. O animal será tratado, mas deverá ser dada ainda uma atenção àquela área”, explicou.
MANEJO PONTO A PONTO
Os principais itens do termo de ajustamento de conduta sobre as capivaras da Pampulha
- Um cercado será construído no Parque Ecológico da Pampulha para abrigar 85 capivaras
- Noventa dias é o prazo para captura, esterilização, recuperação e soltura novamente na orla da lagoa
- Será feita laqueadura nas fêmeas e esterilização nos machos
- Também deverá ser feito o controle químico da infestação do carrapato-estrela em cavalos, cães e gatos e animais silvestres
- A Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem 30 dias para apresentar cronograma da execução das ações e dois anos para implementá-las