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Estado de Minas

Manejo de capivaras da Pampulha deve levar 6 meses

Ministério Público e PBH assinam acordo para remoção temporária dos roedores, que serão tratados contra o carrapato-estrela, vetor da febre maculosa, e esterilizados


postado em 14/02/2017 06:00 / atualizado em 14/02/2017 07:52

Capivaras na orla da Pampulha: para a PBH, esterilização apenas é uma etapa no controle do carrapato que transmite a febre maculosa(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Capivaras na orla da Pampulha: para a PBH, esterilização apenas é uma etapa no controle do carrapato que transmite a febre maculosa (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Assinado ontem o termo de ajustamento de conduta (TAC) que pretende pôr fim à controvérsia envolvendo as capivaras na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Pelo acordo feito com o Ministério Público, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente terá prazo de dois anos para colocar em prática as ações de manejo e controle dos animais. Mas a expectativa da pasta é terminar todo o processo em no máximo seis meses. A ideia é aproveitar o período mais frio, entre junho e julho, quando o carrapato-estrela (vetor da febre maculosa) tende a se procriar, para evitar uma nova infestação.


A secretaria terá 30 dias para apresentar um cronograma para a execução dos compromissos assumidos. E dois anos para implementá-las. O manejo técnico populacional deverá ser feito em cativeiro, atendendo as necessidades das capivaras, que depois serão soltas novamente na lagoa. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Lílian Marotta, explicou que o documento procurou estabelecer diretrizes permeando os interesses dos vários órgãos envolvidos, como saúde e patrimônio cultural. “O grande avanço foi entender que não são as capivaras que causam a febre maculosa, mas os carrapatos. Elas voltarão para seu hábitat natural, porque integram a paisagem cultural da orla”, disse.


Foi determinado ainda que os animais fiquem no recinto por no máximo 90 dias, para sofrerem o menos possível e reduzir o risco de mortandade. Será feita laqueadura nas fêmeas e esterilização nos machos. O monitoramento e controle serão feitos nas 85 capivaras que, oficialmente, estão na Pampulha e em novos animais da mesma espécie. O secretário Municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, informou que 90 dias é o tempo necessário para captura, esterilização, recuperação dos animais e soltura. Segundo ele, todos os passos do TAC serão obedecidos, mas o início dos trabalhos é imediato. O dinheiro para a solução dos problemas, R$ 500 mil, já está liberado. “Já compramos o material para construirmos o cercado”, afirmou. A estrutura será construída no Parque Ecológico da Pampulha. Hoje, o secretário se reúne com a equipe técnica para traçar os rumos dos trabalhos.


Outra preocupação de Werneck é a exterminação do carrapato-estrela. “Se não cuidarmos dele, os R$ 500 mil vão para o lixo. É preciso começar a monitorar outros animais e mostrar ao Ministério Público a necessidade de estender isso. Caso contrário, o carrapato vai para o cavalo, o gato, o cão”, diz o secretário. A Secretaria Municipal de Saúde vai contratar equipe para cuidar especialmente do assunto e abrir licitação para escolher a empresa que se ocupará das capivaras. De acordo com o TAC, o controle populacional dos carrapatos contará com incentivo à castração de animais que vivem no entorno do espelho d’água e outros que passam pelo local. A pasta deverá também encaminhar relatórios a cada quatro meses ao Ministério Público e divulgar à população os resultados alcançados.


Junto com a Fundação Zoo-Botânica, terá a obrigação ainda fazer o controle químico da infestação dos carrapatos-estrela nos animais domésticos (cavalos, cães, gatos) e eventuais silvestres, bem como no ambiente (árvores, gramados e edificações sob proteção cultural). Deverá ser dada atenção aos locais de maior frequência e acesso do público, com interdição total ou parcial das áreas infestadas. Capina, poda e retirada dos restos vegetais fazem parte do controle dos parasitas.
O promotor de Defesa as Saúde, Nélio Costa Dutra Júnior também ressaltou a preocupação com o controle dos parasitas. “Os animais que frequentam a orla são o alerta, uma espécie de termômetro. Se recolhe o animal com carrapato, a Vigilância Sanitária tem que ser acionada. O animal será tratado, mas deverá ser dada ainda uma atenção àquela área”, explicou.

MANEJO PONTO A PONTO

Os principais itens do termo de ajustamento de conduta sobre as capivaras da Pampulha

  • Um cercado será construído no Parque Ecológico da Pampulha para abrigar 85 capivaras

  • Noventa dias é o prazo para captura, esterilização, recuperação e soltura novamente na orla da lagoa

  • Será feita laqueadura nas fêmeas e esterilização nos machos

  • Também deverá ser feito o controle químico da infestação do carrapato-estrela em cavalos, cães e gatos e animais silvestres

  • A Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem 30 dias para apresentar cronograma da execução das ações e dois anos para implementá-las


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