Um dos locais de maior apreensão era o Centro de Saúde Copacabana, no bairro de mesmo nome, na Região de Venda Nova. Foi nesse bairro que o macaco encontrado morto testou positivo para a infecção pelo vírus da febre amarela, o que indica que existe circulação do vírus na região. O horário de início da vacinação era as 9h, mas mesmo assim a professora Silvanir Rodrigues, de 40 anos, e a vendedora Renata Adriana Ribeiro, de 42, chegaram à porta da sala de vacinação às 7h. Duas horas depois, foram atendidas. “Este ano eu já tinha vindo aqui ao posto em dois dias diferentes e não tinha vacina.
A dona de casa Eliane Pereira da Silva, de 51, foi com o marido Geraldo Santana, de 49, e o filho Luy Juan dos Santos Silva, de 7. “O Luy já tinha tomado a primeira dose com 9 meses, mas a informação que a gente tinha é que era para voltar com 10 anos. Com o surto, procurei saber e descobri que já era para tomar outra. Tudo isso que está acontecendo nos preocupa muito”, afirma ela. Além disso, eles vão viajar para um local onde o risco é maior. “Vamos para Jequitinhonha (Vale do Jequitinhonha), e por isso viemos tomar a vacina. Lá é uma região rural”, afirma Geraldo. No caso das crianças, o Ministério da Saúde recomenda que elas sejam vacinadas aos 9 meses e aos quatro anos de idade, garantindo a proteção para a vida inteira. Já os adultos que não foram imunizados quando crianças precisam de duas doses com intervalo de 10 anos.
O administrador Frederico Costa, de 40, procurou ontem o Centro de Saúde Cidade Ozanam, no Bairro Ipiranga, Nordeste de BH. Ele foi com a mulher Débora Maria, de 35, que é psicóloga, e também levou os filhos Lorenzo, de 9, e Estevão, de 7. “Temos uma viagem marcada para a Serra do Caraça em março, então tomamos logo para fazer o efeito necessário antes da viagem”, conta. No mesmo centro de saúde, Eliana Mara de Rezende, conseguiu se vacinar, mesmo com 64 anos.
Já no Centro de Saúde Campo Alegre, no bairro homônimo, na Região Norte de BH, a espera da garçonete Taciana Paola Dias de Souza, de 25 anos, foi maior. Ela chegou às 7h e esperava que o atendimento começasse às 9h, mas, segundo ela, as primeiras vacinas foram aplicadas às 10h. “Eu fui a terceira a ser atendida e acho que poderia ter sido mais rápido”, afirma. A fila dentro da unidade era grande às 10h30. Já no Centro de Saúde Carlos Chagas, no Bairro Santa Efigênia, na porção que fica na Região Centro-Sul de BH, as pessoas estavam recebendo senhas. A unidade costuma atender pessoas de outros lugares, pelo fato de estar em um local mais central da cidade, como o recepcionista Gergon Ferreira, de 40 anos. “Moro em Santa Luzia (Grande BH) e lá os postos só estão vacinando uma vez por semana.
169 mortes notificadas
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) confirmou mais uma morte por febre amarela no estado. Agora, são 69 óbitos confirmados, de um total de 169 suspeitos, contra 163 na sexta-feira. O balanço aponta 991 notificações da febre amarela em Minas em 75 municípios. Foram confirmados 198, em 39 cidades. O maior número é em Ladainha, no Vale do Mucuri, com 26 pacientes com a febre testada e ainda 79 suspeitas. Em Caratinga, são 129 casos em investigação e 21 confirmados. A faixa etária de 50 a 59 anos é que teve maior número de mortes, 24 (34,8%), seguida de pacientes entre 40 e 49 anos, com 17 óbitos (24,6%).