Em coletiva de imprensa ontem, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, informou que ações de zoonoses foram intensificadas nas imediações do parque para eliminar possíveis focos do mosquito e que haverá reforço da vacinação em BH. Ontem, ele admitiu uma informação que ainda não havia sido divulgada pela Secretaria de Saúde. Segundo ele, o primeiro registro de macaco morto encontrado neste ano em Belo Horizonte ocorreu há pelo menos três semanas, dentro da área do Parque das Mangabeiras.
Na sexta-feira, houve um outro registro de primata morto, no Bairro Copacabana, na Região de Venda Nova. Neste caso, já há confirmação de que o animal morreu por causa da doença. Todos os exames são feitos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que ainda não informou à secretaria qual será o prazo para o resultado da primeira investigação.
COBERTURA Enquanto a febre amarela urbana é transmitida pelo Aedes, o tipo silvestre que está adoecendo e matando em Minas e outros estados brasileiros tem como vetor os mosquitos Haemagogus e Sabethes. A preocupação da secretaria em intensificar os esforços para barrar a entrada da febre amarela se justifica pela concentração do Aedes aegypti na capital mineira, inclusive considerada alta em algumas regiões da cidade. “Embora não haja surto configurado de febre amarela, estamos preocupados em oferecer vacinação às pessoas. Sabemos que aproximadamente 98% das crianças de até 4 anos já estão protegidas e cerca de 70% da população adulta também está vacinada e não temos que sair criando alarde porque a população está coberta. Além disso, existem hoje disponíveis mais 400 mil doses da vacina”, informou Jackson Machado.
O secretário avalia que a cobertura vacinal garante uma situação de tranquilidade à capital. “Estamos absolutamente tranquilos de que as medidas estão sendo tomadas. No entanto, é muito importante que além dessas medidas de vacinação e das demais de controle de zoonoses a população incorpore o hábito de combate ao mosquito Aedes aegypti como parte de sua rotina”, afirma. Como medida de prevenção, será reforçada a vacinação. Quatro postos de vacinação extras serão montados nas regionais Oeste, Pampulha, Barreiro e Venda Nova, locais com maior concentração de mosquitos e onde o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) também foi alto. O reforço será feito, ainda, nos 150 postos de saúde da cidade.
REFORÇO Serão contratados, de forma temporária, cerca de 90 profissionais da saúde, entre técnicos e auxiliares de enfermagem para ampliar a mão de obra em parte dos 150 postos municipais. Do total, 38 postos vão receber uma equipe maior por causa da demanda. A contratação será de três meses, sendo possível a prorrogação. Neste ano, 258,4 mil pessoas foram vacinadas em BH e ainda há cerca de 420 mil doses em estoque. Outra medida a ser adotada pela secretaria será a instalação de telas com inseticida nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A primeira a receber será a unidade Venda Nova, a partir de hoje. O objetivo é impedir a entrada de Aedes aegypti na unidade. Desde janeiro, foram instaladas telas no Hospital Eduardo de Menezes e no Hospital Infantil João Paulo II.
SURPRESA Frequentadores e funcionários do Parque Municipal Jacques Cousteau foram pegos de surpresa ao saber que a área seria fechada.
O EM flagrou o momento em que um dos funcionários colocava o cartaz sobre a interdição no portão do parque, na Rua Augusto José dos Santos. O aviso diz que “durante o período em que o parque, estiver fechado, a Fundação fará ações complementares de manejo no local”.
Professores da Escola Municipal Mestre Ataíde, que fica na divisa do parque, ficaram preocupados com a notícia. Uma das coordenadoras pedagógicas, Letícia Pires, de 50, disse que acionaria a diretoria do colégio, já que macacos transitam livremente entre a escola e a área verde. Ela pondera que as ações de prevenção ao mosquito Aedes Aegypti já são feitas pela escola..