De domingo até esta terça-feira, 15 pessoas já foram detidas, entre elas, menores de idade, por suspeita de envolvimento na série de ataques a ônibus em Belo Horizonte e na Região Metropoliana. A informação é do major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar (PM). Pelo menos 10 coletivos foram incendiados no período. Para conter as ocorrências, também foi anunciado um reforço no policiamento.
Alan determinava o horário para queimar os coletivos, segundo a PM. Outra conversa falava sobre a folha que deveria ser deixada nos coletivos queimados. Quando os ônibus eram incendiados, os criminosos deixavam um folheto onde estava escrito “O motivo de estarmos colocando fogo nos ônibus é pelas covardias que estão sendo feitas com os irmãos de Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades”. Esses papéis foram encontrados em coletivos queimados nos bairros Independência, Cachoeirinha, na Região do Barreiro e na cidade de Betim.
A autoria e ligação com os demais ataque estão sendo investigadas. “As primeiras informações vêm das mensagens dele trocadas com comparsas ordenando os ataques. Tudo ainda (está a) nível de investigação para apurar esses incêndios”, explica o major Santiago.
Para evitar mais incêndios a coletivos, a corporação vai reforçar o policiamento em BH e cidades vizinhas. Conforme o major, o coronel Winston Coelho Costa, comandante do Policiamento da capital, determinou que uma viatura seja destinada para cada uma das 37 companhias da 1ª Região de Policiamento Militar da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Essas viaturas vão acompanhar denúncias da população que assim que virem qualquer situação suspeita têm de denunciar via 181 e 190”, detalha o major Santiago. “Essas viaturas também vão apoiar nas rondas e operações para coibir esses incêndios. São viaturas para reforçar a segurança e as operações já em curso da PM, de todas as maneiras”, diz.
RECORDE De 1º de janeiro até esta terça-feira, 14 de fevereiro, 10 ônibus do transporte coletivo de Belo Horizontes foram queimados por criminosos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), este é o maior número de ataques registrado desde o início do contrato da BHTrans com as 40 empresas responsáveis pelos ônibus da capital, em 2008.
Segundo dados da entidade, as primeiras queimas de ônibus foram em 2010. Em todo aquele ano, foram registrados três ataques a coletivos. Até então, o segundo ano com o maior número de ônibus incendiados era 2015: nove coletivos.
Considerando os números dos Setra somados aos ônibus de linhas de municípios da região metropolitana atacados desde a noite de domingo, já são pelo menos 17 coletivos destruídos por incêndios criminosos em 2017.