O reforço no policiamento para coibir os ataques a ônibus em Belo Horizonte e cidades da região metropolitana parece não intimidar os criminosos.
O último ataque ocorreu por volta das 16h40 em Contagem.
A tentativa de ataque ao ônibus de Sarzedo ocorreu por volta das 12h, segundo o Sintram. Funcionários contaram que dois homens chegaram ao local e jogaram um líquido inflamável no veículo da linha 3651 (Terminal Sarzedo/Bairro Brasília) e depois atearam fogo. As chamas atingiram a cortina que fica atrás do banco do motorista. Condutores que estavam no local conseguiram conter o fogo antes de as chamas se espalharem. Os criminosos fugiram.
A onda ataques se espalhou pela Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, cinco veículos foram incendiados, três deles em Sarzedo, um na capital mineira e outro em Vespasiano. Nesta terça-feira, novamente os criminosos voltaram a espalhar o medo entre funcionários dos ônibus e passageiros. Quatro carros foram incendiados, três em BH e outro em Betim.
De domingo até esta terça-feira, 15 pessoas já foram detidas, entre elas, menores de idade, por suspeita de envolvimento na série de ataques segundo o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar (PM).
Na madrugada desta terça-feira, foi preso Alan Patrick Antony Ramos, de 21 anos, suspeito de articular alguns dos ataques.
Alan determinava o horário para queimar os coletivos, segundo a PM. Outra conversa versava sobre mensagem que deveria ser deixada nos coletivos queimados. Quando os ônibus eram incendiados, os criminosos deixavam um folheto onde estava escrito: “O motivo de estarmos colocando fogo nos ônibus é pelas covardias que estão sendo feitas com os irmãos de Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades.” Esses papéis foram encontrados em coletivos queimados nos bairros Independência, Cachoeirinha, na Região do Barreiro e na cidade de Betim.
Vandalismo recorde
De 1º de janeiro até esta terça-feira, 10 ônibus do transporte coletivo de Belo Horizontes foram queimados por criminosos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), este é o maior número de ataques registrado desde o início do contrato da BHTrans com as 40 empresas responsáveis pelos ônibus da capital, em 2008.
Reforço no policiamento
Desde a manhã desta terça-feira, o policiamento foi reforçado em BH e cidades da região metropolitana para tentar evitar mais incêndios em coletivos.
Deoesp investiga ataques
A Polícia Civil de Minas Gerais informou, por meio de nota que, desde os primeiros episódios de incêndios a ônibus, concentrou as investigações no Departamento Estadual de Operações Especiais (Desoesp) para apurar os casos, identificando autores, mandantes e financiadores.
A corporação acrescenta que vem adotando estratégias visando otimizar os recursos disponíveis, utilizando as informações coletadas por todas as instituições que compõem o sistema de segurança pública, analisando vínculos entre os autores, identificando possíveis organizações criminosas e o tráfico de drogas.
“Ao mesmo tempo, as investigações seguem linhas para traçar quem financia as ações, intensificando o desmonte de organizações ligadas ao tráfico, através de prisões já realizadas e grandes apreensões de drogas”, diz o comunicado..