O pesquisador da Coppe Sérgio Rodrigues, coordenador técnico do sistema, disse que o foco é a questão da agilidade e da confiabilidade da informação. O fato de ser disponibilizado um aplicativo móvel de celular, tanto para Android como para iOS, torna a operação mais ágil. Ele pode ser acessado também via web. “Qualquer usuário pode, em tempo real, denunciar e coletar focos do mosquito”. Uma vez coletada, a informação é repassada diretamente para a Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), que gerencia e monitora as ações de mobilização e combate ao Aedes Aegypti.
O sistema foi divulgado inicialmente para os servidores da administração pública federal. Dezesseis mil servidores foram selecionados e treinados para identificar onde existem possíveis focos do mosquito, bem como tomar medidas para a limpeza desses focos.
No início do projeto, os responsáveis pelo sistema em cada órgão, chamados pontos focais, faziam a vistoria a cada semana e coletavam dados de onde foi encontrado foco do mosquito. “Essa é uma informação riquíssima e confiável para que a Sala Nacional possa tomar as medidas adequadas nos locais onde está havendo maior incidência do mosquito”, disse Rodrigues.
Agora, os dados são lançados em tempo real e com georreferenciamento. O sistema está sendo oferecido aos 5.567 municípios brasileiros. Até o momento, três cidades demonstraram interesse em adotar o sistema: Nova Friburgo (RJ), Recreio (MG) e Jequié (BA). Como a divulgação está sendo feita nesta terça-feira (14), o pesquisador da Coppe aguarda adesão “em massa” das prefeituras a partir deste mês. Ainda nesta semana, ele vai conversar com a Subsecretaria de Vigilância Epidemiológica do Estado do Rio de Janeiro, com esse objetivo.
Embora o aplicativo móvel possa ser usado por qualquer pessoa, não há intenção de estender seu uso para cidadãos comuns, porque uma das premissas básicas do sistema é a confiabilidade da informação. “Quem utiliza hoje esse aplicativo é treinado previamente, porque temos uma quantidade limitada de agentes de saúde no Brasil e estamos privilegiando a informação que seja fidedigna para que os agentes tenham uma ação direcionada. Há, sim, uma estratégia de pensar em ampliar essa divulgação mas, no momento, estamos privilegiando essa atividade e a confiabilidade do lançamento dos dados.”.