Investigações apontam que gerente de supermercado em BH foi morto por queima de arquivo

Sérgio Antônio de Moraes foi assassinado em abril de 2011 no Bairro Horto, Região Leste da capital mineira

Estado de Minas
- Foto: Divulgação/PCMG
Após seis anos de investigações, a Polícia Civil (PC) esclareceu as circunstâncias da morte do gerente de supermercado Sérgio Antônio de Moraes, de 46 anos, que foi assassinado no dia 20 de abril de 2011, na Avenida Silviano Brandão, no Bairro Horto, Região Leste da capital. Na última segunda-feira, foi cumprido mandado de prisão contra Júlio César Cardoso da Silva, de 28 anos, suspeito de ser o autor do crime. Ele foi apresentado, juntamente com os esclarecimentos sobre o caso, na manhã desta quarta-feira.

Segundo a PC, Sérgio foi morto por queima de arquivo, uma vez que ele teria reconhecido o comparsa de Júlio em um roubo cometido ao supermercado da Avenida Silviano Brandão, onde a vítima era gerente, no dia 12 de fevereiro de 2011. Na ocasião,os suspeitos teriam assaltado o estabelecimento e fugido em uma moto. Horas depois do crime, o amigo de Júlio foi preso e identificado por Sérgio como um dos assaltantes. Suspeita-se que o autor tenha planejado a morte do gerente temendo também ser reconhecido.

"Apesar de ser morador do Bairro Serra, Júlio César é conhecido na região do Horto em razão de sua periculosidade", ressaltou a delegada Alice Batello, que coordenou as investigações. "O suspeito matou Sérgio em uma via pública bastante movimentada, quando a vítima saía do trabalho, demonstrando o quanto é um indivíduo perigoso", completou.

Crime planejado


No dia do assassinato, a vítima estava saindo do trabalho quando foi atingida por disparos de arma de fogo, em ponto de ônibus próximo ao supermercado.
A polícia afirma que Júlio conhecia a rotina da vítima e já o aguardava naquele local. 

Um policial militar à paisana presenciou toda a ação e trocou tiros com o suspeito, que fugiu. O militar conduziu a vítima ao hospital, mas Sérgio não resistiu e morreu. Coincidentemente, Júlio, atingido no braço pelo policial, também procurou socorro na mesma unidade de saúde onde a vítima foi atendida, mas não foi reconhecido.

Três meses após o homicídio do gerente, Júlio fez outra vítima. Ao tentar contra a vida de um inimigo, o suspeito atingiu por acidente uma vizinha, que acabou morrendo. A arma utilizada no crime foi apreendida e, por meio de exame balístico, a Polícia identificou que o projétil retirado do corpo da mulher coincidia com o que foi retirado de Sérgio.

Inicialmente, a equipe responsável pelas investigações chegou a considerar vingança como motivação para o homicídio de Sérgio, uma vez que a vítima teria descoberto um esquema de desvio de mercadorias comandado por funcionários da empresa. Essa hipótese foi, posteriormente, descartada, e com a informação do exame balístico, a suspeita de queima de arquivo começou a ser investigada.

Relembre o caso


Sérgio Antônio de Moraes, de 46 anos, foi assassinado a tiros no dia 20 de abril de 2011. Ele era gerente de um supermercado da Avenida Silviano Brandão, Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte, e foi baleado quando saía do local de trabalho. À época, a Polícia Militar informou que o estabelecimento havia sofrido uma tentativa de assalto realizada por dois homens, ação que foi impedida pelo gerente.
A vítima foi abordada por suspeitos nas proximidades do supermercado e foi baleado na cabeça e no tórax.
 
Um militar passava pelo local e trocou tiros com os autores do crime. Um deles foi atingido mas, logo em seguida, fugiu. Uma equipe da PM encaminhou o gerente para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, mas ele não resistiu e morreu pouco depois.
.