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Estado de Minas

PM aciona inteligência e usa militares à paisana contra ataques a ônibus em BH

PM vasculha coletivos para tentar prevenir onda de incêndios criminosos, que já levaram à destruição de 21 veículos na Grande BH neste ano. Pelo menos 30 suspeitos foram detidos


postado em 16/02/2017 06:00 / atualizado em 16/02/2017 07:59

Os incêndios criminosos de ônibus na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) acenderam a luz de alerta nos quartéis da Polícia Militar (PM), mesmo em áreas em que não ocorreram ataques do tipo. Neste ano, 21 veículos já foram queimados, dos quais 12 somente na capital. Desde domingo até o começo da noite de ontem, pelo menos 30 suspeitos foram detidos, segundo informou o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM. O oficial confirma que várias operações específicas em relação ao transporte coletivo estão sendo realizadas, incluindo o uso de policiamento à paisana e levantamentos do setor de inteligência da corporação, junto com Polícia Civil e Secretaria de Administração Prisional (Seap), para evitar novos ataques.

A onda de incêndios criminosos se intensificou no último fim de semana. Desde domingo, são 13 coletivos destruídos na Grande Belo Horizonte, incluindo casos em Betim, Contagem e Sarzedo e Mário Campos, cidade que entrou no mapa dos ataques na noite de ontem, quando foi queimado ônibus da linha 3741 (Mário Campos/Tangará). Na capital, a última ação, até o fechamento desta edição, ocorreu na madrugada de ontem, no Barreiro. O ônibus atacado, da linha 342 (Estação Barreiro/Solar via Estação Diamante), foi abordado por criminosos na Avenida Waldyr Soeiro Emrich, no Bairro Castanheiras, perto da Estação Diamante.

De acordo com a Polícia Militar (PM), uma equipe que patrulhava a Vila Pinho foi informada, via rede de rádio, sobre o incêndio ao coletivo. Ao chegar ao local, eles conseguiram ver os autores correndo pela avenida. O motorista contou que uma jovem que estava no coletivo deu sinal para desembarcar. Quando o coletivo parou, os autores, que estavam sentados em um ponto de ônibus, embarcaram e ameaçaram o motorista e passageiros. Alguns carregavam galões de gasolina e um deles estava armado. Apesar da ação do Corpo de Bombeiros, o veículo foi completamente destruído.

Segundo a PM, os suspeitos, entre eles a jovem que deu sinal para desembarcar, foram detidos perto da avenida. Eles têm idades entre 16 e 27 anos. A polícia também informou que foi apreendido no local do incêndio um bilhete manuscrito com os dizeres: “É pela oprimissão (sic) no sistema de Bicas II e queremos melhorias o mais rápido possível, senão vai rolar morte lá dentro e aqui fora. E f... pro estado. Assinado: o crime”. O grupo detido foi levado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Dopcad).

A Seap informou que não há como confirmar que ordens de queimar coletivos tenham partido de dentro de unidades prisionais até que a Polícia Civil conclua as investigações dos ataques. O major Santiago não comentou quais seriam as motivações dos autores dos incêndios, mas destacou que, na maioria das ocorrências, o número de adolescentes envolvidos tem sobressaído.

Na noite de terça-feira, seis pessoas foram detidas por queimar um ônibus na Via Expressa de Contagem, na Grande BH. Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu às 20h38 e um veículo da linha 101 (Nacional) foi destruído. O motorista disse que foi surpreendido pelos criminosos armados e com galões. Ele contou à PM que o grupo ameaçava os passageiros a todo momento, mandando que desembarcassem do coletivo. Um pouco mais cedo, outro veículo já tinha sido destruído na Via Expressa.

Em resposta aos últimos ataques, a PM intensificou operações de fiscalização nos coletivos em pontos fixos e móveis nos principais corredores da capital. Na área do 1º Batalhão, Centro-Sul de BH, todas as companhias estão participando das ações.  Além do 1º Batalhão, responsável pela segurança no Centro de Belo Horizonte e parte da Região Centro-Sul, as ações também acontecem na área do 16º Batalhão, que abrange as regiões Leste e Nordeste de BH. Veículos e pessoas foram abordados nas imediações do Bairro Floresta, mas ninguém foi preso.


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